O que muda em relação aos riscos na indústria de energias renováveis com os critérios ESG?

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Confira artigo de Ana Beatriz Prado, Líder de Seguros Patrimoniais e de Responsabilidade Civil de Power & Utilities da Willis Towers Watson

Mesmo durante a pandemia do coronavírus, a questão das mudanças climáticas tem sido um dos maiores desafios para as indústrias. As empresas de energias renováveis precisam colocar os critérios de Governança Ambiental, Social e Corporativa (Environmental, social, and governance – ESG), em prática e incorporá-los em suas estratégias de mitigação de riscos; não somente para atrair os investidores comprometidos com essa temática, mas também para sobreviver no futuro.

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Apesar do reconhecimento das mudanças climáticas demonstrar claramente a necessidade da transição para um sistema de baixo carbono e demandar cada vez mais o desenvolvimento da energia renovável, tornando-a a fonte de crescimento mais rápido no mundo, a evolução desse mercado apresenta alguns novos desafios específicos para os gerentes de risco. Além de projetar, implementar e executar uma estratégia de baixo carbono, essas empresas também têm que direcionar questões que, além de proporcionar a sua sustentabilidade, demonstram a preocupação com o meio ambiente, com os aspectos sociais, e também com os aspectos relacionados à governança corporativa, incluindo a gestão dos riscos que podem prejudicar os investimentos.

Os critérios ESG provaram ser um refúgio seguro na pandemia para os investidores, enquanto demonstram também serem um fator importante para as outras partes interessadas como credores, seguradoras, acionistas, reguladores e até consumidores. Além disso, são fundamentais para impulsionar resultados financeiros das empresas que os consideram na sua estratégia.

Diante deste cenário, a figura do gestor de riscos se torna indispensável por voltar suas atenções para as mudanças na regulamentação, tecnologia e inovação, bem como traduzir o que isso significa para empresas e investidores. Além disso, a contratação de um seguro acaba por ser uma solução de proteção essencial e estratégica.

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De acordo com o relatório anual Renewable Energy Market Review, da Willis Towers Watson, alguns dos principais desafios que assolam o mercado de seguros de energias renováveis no mundo incluem ativos antigos, operação, manutenção e peças sobressalentes, risco de catástrofe natural, o ritmo da mudança tecnológica e riscos de interrupção da cadeia de abastecimento relacionados à Covid-19.

Além dos aspectos relativos à transição energética e dos seus riscos específicos que desafiam as empresas de energias renováveis, um outro aspecto importante que os gerentes de riscos vêm enfrentando é o endurecimento do mercado de seguros. Há algum tempo a subscrição dos riscos para essa indústria se desenvolvia em um ambiente favorável, com taxas agressivas, coberturas amplas, limites altos e franquias baixas. Esse cenário vem mudando nos últimos anos como um reflexo dos resultados operacionais ruins de seguradoras e de resseguradoras, causados, dentre outros fatores, pela alta sinistralidade do setor. Dessa forma, além do aumento das franquias e prêmios de seguros, os critérios para aceitação dos riscos estão muito mais rígidos.

Cabem aos gestores de riscos contarem com seus corretores e especialistas de seguros para desenvolverem estratégias claras para superarem esse momento e os efeitos do endurecimento atual do mercado de seguros, incluindo a disponibilização de informações adequadas e abrangentes, bem como a antecipação dos processos de renovação de seus programas de seguros, permitindo que haja tempo necessário para a estruturação da melhor solução para a transferência do risco.

O engajamento das empresas neste processo é fundamental para que seja possível fornecer soluções inovadoras e para que se promova o crescimento deste setor cada vez mais importante para o país.

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