Revolução e novas ameaças no setor marítimo
Tecnologias disruptivas geram mudança na maré de riscos e devem estar no radar de seguradoras
Executivos e subscritores de riscos de seguradoras que operam os seguros de Cascos Marítimos e de Transportes Internacionais devem ler o estudo da Marsh Ltd sobre a revolução sorrateira do setor marítimo mundial. O relatório “A mudança da maré do risco: perspectivas de especialistas sobre a indústria marítima” antecipa como a combinação de tecnologia e eventos políticos e econômicos podem criar novas oportunidades e ameaças.
Tecnologias emergentes, como a cadeia de blocos, poderiam revolucionar o processamento de carga, melhorar a eficiência e reduzir o erro humano. “A tecnologia promete revolucionar a logística de contêiner conectando a cadeia de suprimentos de uma forma que a indústria jamais viu antes”, adianta o estudo, contribuindo ainda para eliminar processos caros e demorados, para ampliar a confiança e parceria.
O relatório avalia uso de drones, tecnologia autônoma, como a pirataria cibernética e o papel da indústria global de transporte marítimo na redução de emissões, na construção de frotas mais “verdes” e na contribuição para um futuro de baixo carbono.
Para o estudo, um navio totalmente autônomo reduziria, por exemplo, os riscos de pirataria, tendo em vista que não haveria tripulação para tomar reféns. Mas este fato não retiraria os fretes marítimos do radar dos piratas, porque os navios continuariam a levar carga a bordo, de valor considerável. Para o estudo, dispor de uma tripulação humana a bordo ainda oferece algum grau de proteção, ao passo que a remoção da tripulação poderia tornar o navio um alvo mais atraente.
“As tendências emergentes da tecnologia disruptiva e do capital humano, juntamente com a dinâmica mudança do mercado, estão forçando a indústria marítima global a reexaminar alguns dos pressupostos básicos que impulsionaram convenções de risco tradicionais”, Marcus Baker, presidente da Marsh Ltd. Ele acrescenta que, ao lado disso, os numerosos pedidos de novos navios e aumento da capacidade desde o início da crise financeira significam que a indústria está agora em um ponto crucial em sua evolução.
Vale, portanto, acompanhar mais de perto a evolução do setor marítimo para rascunhar os novos riscos emergentes para os seguros.