Apenas 31,3% dos empreendedores são mulheres
Entretanto o cenário começa a mudar, 5 a cada 10 novos empreendimentos são comandados por mulheres
Muitas mulheres empreendedoras tiveram que deixar suas atividades formalmente, inclusive aquelas com um negócio sólido, para se dedicar à família ou porque as medidas de isolamento impediram que pudessem continuar. Como consequência, apenas 3 de cada 10 pessoas que possuem empreendimentos já estáveis são mulheres. O lado positivo, apesar da baixa qualificação, é que 5 de cada 10 novos empreendedores são mulheres.
Como está o cenário do empreendedorismo no Brasil?
No âmbito nacional, 1.392.758 novas empresas foram abertas no primeiro quadrimestre deste ano, 17,3% a mais que nos últimos meses de 2020, de acordo com o Boletim do 1° quadrimestre de 2021 do Mapa de Empresas. Ao mesmo tempo que se produzia o aumento na abertura de empresas, também se verificava um aumento de 22,9% no fechamento de empresas em relação ao último quadrimestre do ano passado, em números exatos 437.787 empresas fecharam suas portas.
Com o saldo positivo entre as que abriram e as que fecharam, o total de empresas ativas até final de abril (matrizes, filiais e MEI) somavam 17.173.284. 81,4%
das empresas se desempenham no setor terciário da economia, com atividades relacionadas ao comércio (33,4%) ou à prestação de serviços (48%).
Em 2019 os empreendedores que criavam seus negócios ou que já tinham empreendimentos com menos de 3,5 anos eram 50% homens e 50% mulheres. Com a pandemia e todo o ocorrido durante o ano de 2020, se registrou uma forte saída das mulheres do panorama formal, atualmente 54,1% dos empreendedores são homens e 45,9% mulheres.
Empreendedorismo no Brasil em relação ao mundo
Apesar do saldo positivo na criação de empresas, não podemos deixar de considerar que houve uma queda de 18% da taxa de empreendedorismo inicial no país, que passou de 38,7% em 2019 para 31,6% em 2020, menor percentual desde o ano 2013. Como consequência dessa mudança, o Brasil passou da 4° posição para a 7° (23,4%) no que se refere a iniciativa empreendedora, atrás de Colômbia (31,1%), Chile (25,9%) e outros países que participaram da Pesquisa Global Entrepreneurship Monitor 2020 (GEM 2020), que mede a taxa de empreendedorismo no mundo.
Também foi grande a queda se considerarmos o percentual de empreendedores estabelecidos, isto é, que possuem negócios há mais de três anos e meio. Passou da 2° posição em 2019 para a 13° (8,7%) este ano, entre os 46 países que participaram da pesquisa.
Empreendedorismo feminino
Além das comparações entre países, a pesquisa GEM, realizada aqui no país pela parceria entre o Sebrae e o Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), faz algumas análises sobre o perfil dos empreendedores brasileiros (idade, sexo, nível de instrução, etc.). Além de mostrar que nem 46% das empreendedoras são mulheres, a pesquisa também evidenciou a forte queda da participação de empreendedoras mulheres com experiência no mercado, que por diversos motivos tiveram que abandonar seus negócios durante o ano passado. Como consequência, entre os empreendedores estabelecidos, apenas 31,3% é do sexo feminino.
Mas, de outro lado, também houve um aumento da participação de mulheres com pouca ou nenhuma experiência que iniciaram seus negócios nos últimos meses de 2020. Atualmente 55,5% das pessoas que recém começam um empreendimento são mulheres. Muitas iniciam um negócio próprio pela necessidade de complementar a renda da família ou até sustentá-la. Outras procuram superar alguns desafios aos que se enfrentam no mercado laboral: receber um salário de acordo com suas capacidades de gerar valor; evitar assédio ou o preconceito que pode sofrer em outras empresas, e ter maior flexibilidade, principalmente aquelas que são mães, que de acordo a Rede Mulher Empreendedora (RME) 53% das mulheres empreendedoras possuem filhos e precisam conciliar muitas atividades. Estes fatores tornam necessários o surgimento de novos programas voltados a incentivar a inserção das mulheres novamente neste setor e a promover seu desenvolvimento como empresárias.
Um importante programa é o Delas, promovido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e que tem obtido consideráveis resultados. As ações do programa procuram desenvolver habilidades técnicas e competências socioeconômicas para que as empreendedoras aumentem sua qualificação. Para isso divulga conteúdo relevante e confiável (sobre macroeconomia, gestão, mercado e setores específicos) e promove eventos onde as empreendedoras podem divulgar seus trabalhos e produtos e também aumentar suas conexões de negócio.
O Instituto Rede Mulher Empreendedora oferece muitos serviços e conteúdo para as mulheres que procuram superar suas dificuldades, aumentar sua renda ou que procuram alcançar sua liberdade financeira possam se desenvolver da melhor forma.
*Com informações de: Banco Mundial, Governo Federal, GEM, UC Sebrae, Instituto Brasileiro de Qualidade e Produtividade (IBQP), Instituto Rede Mulher Empreendedora (RME), UGS.