Mais da metade dos consumidores brasileiros continua enfrentando dificuldades financeiras devido à pandemia
Estudo Consumer Pulse, da TransUnion, destaca os efeitos financeiros contínuos da Covid-19 sobre os brasileiros durante o terceiro trimestre de 2021
A TransUnion, empresa global de informações e insights de dados, divulga os principais resultados do Consumer Pulse Study, referentes ao terceiro trimestre (Q3) de 2021, apresentando o impacto financeiro da pandemia de Covid-19 na vida das famílias brasileiras. Embora um pouco melhor do que nos trimestres anteriores, a pandemia continua com impacto financeiro significativo entre os entrevistados. Apesar disso, 53% dos consumidores seguem esperançosos de que suas finanças se recuperem.
O Consumer Pulse Q3 2021 é baseado em uma pesquisa com 1.100 brasileiros adultos, realizada entre os dias 16 e 19 de agosto de 2021. O estudo aponta que 55% dos entrevistados tiveram queda de renda devido à pandemia de Covid-19. Entretanto, houve uma redução de 2 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre de 2021 e de 5 pontos a menos, considerando o primeiro trimestre.
“Os consumidores brasileiros continuam enfrentando efeitos financeiros substanciais da pandemia, mesmo que tenhamos visto algumas melhorias, principalmente em famílias de baixa renda”, diz Claudio Pasqualin, diretor de Desenvolvimento de Negócios da TransUnion Brasil. “Embora haja um ligeiro aumento na confiança do consumidor, muitos brasileiros seguem preocupados em como pagar suas obrigações financeiras e outros hesitam em solicitar novo crédito ou refinanciamentos”.
Famílias de baixa renda mostram algumas melhorias, mas ainda são as mais afetadas
Como o número de brasileiros que relataram impactos financeiros negativos na pandemia diminuiu ligeiramente, as famílias de baixa renda (inferior a R$ 1.000 mensal) demonstraram a maior melhora. Desse grupo, 72% disseram que sua receita diminuiu devido à pandemia. Apesar de alto, o número representa uma queda de 10 pontos percentuais em relação ao último período da pesquisa. Isso se compara a 54% das famílias de renda média (valor mensal entre R$1.000 e R$4.999), que não tiveram alteração nos rendimentos em relação ao período anterior da pesquisa, e a 31% das famílias de renda mais alta (R$5.000 ou mais por mês), comparado a 33% do trimestre anterior.
A perda de emprego, juntamente com a redução do salário e das horas de trabalho, continuam sendo as principais razões para a mudança da renda familiar. Entre os entrevistados, 36% alegaram que alguém em sua casa perdeu o emprego no último mês, contra 34% no último período da pesquisa. Enquanto 30% indicaram que tiveram seu salário reduzido e 19% tiveram suas horas de trabalho cortadas.
Apesar desses retrocessos financeiros, a maioria dos consumidores entrevistados (53%) classificou-se como esperançosos sobre sua situação financeira, o que significa que, embora sua renda familiar tenha diminuído, esperam que suas finanças se recuperem. Apenas 13% dos consumidores disseram estar estáveis, o que significa que não houve queda na renda familiar e as finanças em 2021 estão como planejadas. Já 24% estão no “limbo” (referência à uma das perguntas do questionário aplicado na pesquisa), relataram que tiveram uma queda na receita durante a pandemia e estão inseguros ou levemente duvidosos em relação à recuperação de suas finanças. Os consumidores resilientes, definidos como aqueles cuja renda familiar tenha diminuído durante a pandemia, porém já se recuperaram, representam apenas 6% dos entrevistados da pesquisa.
Entre os que foram afetados pela pandemia, 93% expressaram preocupação com sua capacidade de arcar com suas contas e empréstimos, e 57% de todos os consumidores impactados indicaram que não conseguirão pagar pelo menos uma de suas contas e empréstimos. Entre as famílias de menor renda, 63% consideram não conseguir pagar pelo menos uma de suas dívidas, em comparação com 54% das famílias de renda média e 45% das famílias de alta renda.
Consumidores mostram hesitação em solicitar novo crédito, mas acreditam que ter acesso a estes produtos seja importante
Mais da metade dos consumidores pesquisados (52%) considerou solicitar novo crédito ou refinanciamento, mas acabou decidindo por não fazê-lo: 19% acreditam que sua aplicação seria rejeitada por conta do seu histórico financeiro e outros 19% apostam que sua solicitação seria negada devido à sua renda. Enquanto 62% dos consumidores acreditam que o alcance ao crédito é extremamente ou muito importante para atingir suas metas financeiras, apenas 43% acreditam ter acesso suficiente a produtos de crédito e empréstimo.
“É claro que muitos consumidores que querem ou precisam acessar produtos de crédito não os procuram porque temem não serem aprovados. Esta é uma oportunidade para os credores chegarem a essas pessoas com produtos sob medida para atender às suas necessidades, ao mesmo tempo em que melhoram a inclusão financeira no Brasil”, acrescenta Pasqualin.
Apenas 36% dos entrevistados planejam solicitar um novo crédito ou refinanciamento dentro de um ano. Dentro destes 36%, houve uma divisão de comportamentos entre as gerações. Por exemplo, quatro em cada dez consumidores da Geração Z (40%) e 48% dos Millennials indicaram que planejam solicitar novo crédito ou refinanciamento no próximo ano. Já entre as pessoas mais experientes, esse interesse é de 31% dos entrevistados da Geração X e 27% dos Baby Boomers. Há também uma divisão de renda, com os consumidores de maior renda (R$ 10.000 ou mais) sendo mais propensos do que os outros a solicitar crédito ou refinanciamento.
A atividade de fraude permanece estável
No terceiro trimestre de 2021, 18% dos consumidores indicaram ter sido alvo de fraude digital. As mais comuns incluíam cartões de crédito roubados ou taxas fraudulentas, o que representa 36% de todos os esquemas relatados, seguido por golpes de vendedores terceirizados em sites legítimos de varejo online, com 33%.
Embora todas as gerações tenham sido alvo de tentativas de fraude, a Geração X esteve ligeiramente mais propensa a isso do que qualquer outra geração, com 3% dizendo que sofreram fraudes, em comparação com 2% para a Geração Z e Millennials e 1% para Baby Boomers.