Novos modelos de trabalho e os possíveis prejuízos nas relações

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Confira artigo de Henrique Mazieiro, CEO e fundador do Grupo Planetun

Com o avanço da vacinação contra a covid-19, a diminuição de casos graves e a redução do número de mortes, conseguimos visualizar um cenário positivo e seguro para os planos de retomada gradual do trabalho presencial ou híbrido. Segundo dados da ferramenta Google Trends, o volume de pesquisas do termo “protocolos de biossegurança” teve uma alta de 110% entre os dias 29 de julho e 4 de agosto. Mesmo assim, acredito que o retorno de forma integral aos escritórios aconteça de forma gradual.

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Fazendo uma análise deste período em que fomos obrigados a nos adaptar repentinamente ao modelo de trabalho 100% home office, entendo que excluindo todas as angústias, preocupações e, em alguns momentos, ter que lidar com a triste dor da perda de algum amigo ou parente querido por conta da doença, conseguimos nos adaptar bem.

O processo, daqui para frente, será avaliar as vantagens e desvantagens do formato home office para os trabalhadores e nós, os empregadores. Encaro como uma grande vantagem o colaborador não precisar se deslocar até a empresa, o que gera economia financeira para as duas partes e ganho de tempo e qualidade de vida para o funcionário, que pode investir essas horas a mais em passar mais tempo com a família, praticar alguma atividade física, qualidade do sono e/ou qualificação profissional.

Por outro lado, enxergo alguns pontos negativos: ficam em desvantagem pessoas que possam ter alguma dificuldade em estabelecer suas próprias rotinas, pois a falta de foco e organização pode comprometer a entrega de qualidade e resultados; dificuldades tecnológicas, como, por exemplo, conexão de internet lenta, mesmo com o aumento dos planos de dados que foram possíveis através do auxílio home office. Além desses pontos, com o isolamento social, o relacionamento interpessoal fica ainda mais prejudicado, dificultando as negociações e interações sociais (dentro e fora do ambiente de trabalho).

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A escolha pelo trabalho 100% home office, híbrido ou 100% presencial deve ser feita levando em consideração o tipo de trabalho executado. O mais importante é oferecer um equilíbrio para ambas as partes. Considerando que muitas pessoas têm se adaptado bem ao modelo de trabalho remoto, precisamos seguir apenas algumas adaptações. E em especial, fica um grande desafio para nós, líderes, conseguirmos integrar, engajar e estimular o nosso time com esse novo modelo de trabalho.

Na Planetun, por exemplo, estamos reformando nosso escritório para acolher os colaboradores em sua volta ao trabalho presencial e incentivar e valorizar a troca de conhecimento e o trabalho colaborativo entre as equipes. Assim conseguimos integrar a equipe pessoalmente, com reuniões presenciais, engajamento e interação social, fortalecendo os laços de pertencimento à nossa organização, mesmo para quem trabalhará de casa. Este modelo também atende a uma vontade dos trabalhadores. Uma pesquisa realizada pela companhia de coworking WeWork com a consultoria Workplace Intelligence aponta que 53% dos funcionários desejam trabalhar três ou mais dias em casa por semana.

Para nós, líderes, existem alguns desafios para esses novos modelos de trabalho: transmitir a nossa cultura, em especial aos novos colaboradores, e manter os resultados e entrega de toda equipe em alta, mantendo-os motivados e engajados com o nosso propósito. Por isso, acredito que tenhamos que investir constantemente em nosso relacionamento com eles, mantendo o canal de comunicação sempre aberto, para que assim possamos criar vínculos e identificar as necessidades pessoais de cada um, mantendo uma equipe engajada, colaborativa e competitiva, que se desafia a entregar sempre o seu melhor.

Essas questões devem ser reforçadas com os novos colaboradores que foram contratados durante a pandemia, pois precisamos demonstrar nossos valores e cultura, para que a nossa essência como empresa não se perca. Esse trabalho é longo, delicado e constante, mas acreditamos que com transparência, valorização desses profissionais e insistência, conseguimos manter o equilíbrio, conexão, retenção de talentos e, principalmente, o sentimento de “orgulho em pertencer” à nossa organização.

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