É preciso desmistificar o modelo de gestão da saúde conhecido como Atenção Primária à Saúde no Brasil

Kipp Saúde, empresa do grupo Omint com modelo de APS em planos individuais prioriza o atendimento perene ao paciente com médico 24h e enfermeira de família

O surgimento de Atenção Primária à Saúde (APS) foi descrito pela primeira vez na Inglaterra nos anos 20 do século passado, e foi protagonista no que seria a criação e organização de sistemas de saúde ao redor do mundo. Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a atenção primária à saúde (APS) é geralmente o primeiro ponto de contato, oferecendo atendimento abrangente, acessível e baseado na comunidade, que pode atender de 80% a 90% das necessidades de saúde de uma pessoa ao longo de sua vida. Na sua essência, a APS cuida das pessoas e não apenas trata das doenças ou condições específicas, oferece o cuidado menos intervencionista possível e mais custo-efetivo para os pacientes.

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A Atenção Primária à Saúde (APS) fornece o ‘motor programático’ para a Cobertura Universal de Saúde (CUS), os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) relacionados à saúde e à segurança sanitária. Esse compromisso foi codificado e reiterado na Declaração de Astana, na Resolução 72/2 da Assembleia Mundial da Saúde que a acompanha, no Relatório de Monitoramento Global de 2019 sobre a cobertura universal de saúde e na reunião de alto nível da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre cobertura universal. A United Healthcare (UHC), os ODS relacionados à saúde e as metas de segurança sanitária são ambiciosos, mas alcançáveis. O progresso deve ser acelerado com urgência, e a Atenção Primária à Saúde (APS) fornece os meios para isso.

Diversos países utilizam o sistema de APS no seu modelo de gestão da saúde, sendo que dentre eles, Dinamarca, Canadá e Suécia com os melhores índices de desenvolvimento humano (IDH) segundo ranking de 2020 da Organização das Nações Unidas (ONU). Reino Unido, Espanha, Portugal, Costa Rica, Chile, Cuba, também são países nos quais a atenção primária à saúde é o modelo de gestão adotado, que desde 1990 recebeu implementações em reformas organizacionais com o objetivo de promover a coordenação dos serviços prestados entre os diversos níveis de atenção, resultando em novos arranjos organizacionais de oferta desses serviços.

“O modelo de Atenção Primária à Saúde (APS) é o conceito principal na Kipp Saúde, empresa de planos individuais do Grupo Omint. O médico de família e a enfermeira de família são os profissionais que conhecem o paciente de forma integral e realizam o acompanhamento 360º. Desde o primeiro atendimento, chamado também de acolhimento, a enfermeira de família conversa, analisa e identifica o perfil de cada paciente de acordo com as necessidades, dificuldades, objetivos de vida… ou seja, é um plano personalizado para atender as expectativas de cada um. A jornada do paciente dentro da Kipp Saúde é acompanhada de perto por esses profissionais e por uma equipe multidisciplinar composta por educador físico, nutricionista, psicólogo, terapeuta ocupacional e fonoaudióloga.  O paciente entra em contato via Kippfone para demandas urgentes ou apenas para orientações de saúde e pelo aplicativo para os agendamentos das consultas, e assim o cliente recebe o atendimento da sua equipe (que já o conhece, pois já possuem seu prontuário)”, explica Marcos Loreto, diretor médico da Omint.

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No Brasil

Promovendo o acesso à saúde de diversas pessoas, a atenção primária tem uma grande importância para a melhoria da qualidade de vida nacional. Além do mais, esse atendimento médico também ajuda no diagnóstico precoce de complicações, o que possibilita maiores chances de alcançar um tratamento efetivo. A abordagem familiar é um dos princípios da Atenção Primária.

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é uma iniciativa criada em 1994, que visa garantir os cuidados com a saúde de toda a família, integrando o atendimento médico básico de todos os moradores de uma residência, a fim de avaliar também os casos em conjunto, principalmente no que diz respeito às doenças hereditárias e questões sanitárias.

A Atenção Primária é um dos pilares do atendimento médico brasileiro. Com este modelo, é possível oferecer mais acesso aos níveis de atenção complexos e, assim, prevenir e tratar inúmeras doenças, promovendo mais bem-estar para toda a população.

Em se tratando de sistemas privados, o que se vê são cada vez mais healthtechs oferecendo o modelo da atenção primária. De acordo com o Distrito HealthTech Report 2020, durante a pandemia, o Brasil teve um aumento de 118% no número de healthtechs na comparação de 2020 e 2018, passando de 248 para 542 empresas do setor.

Os desafios ainda são grandes para o Brasil que está inserido em um modelo em que a prevenção é pouco abordada e praticada. A população vive cada vez mais, porém o cultivo de hábitos saudáveis e as práticas de medicina preventiva, atendimento integral ao paciente com foco na saúde e não na doença ainda são realidade.

Desmistificar a Atenção Primária à Saúde (APS) e aprimorar a jornada do paciente como prioridade no atendimento, no centro da atenção com o médico que o acompanha desde o primeiro instante é investir na qualidade de vida da população em geral, nos índices de mortalidade, nas ações de prevenção, diagnóstico precoce e no planejamento estratégico da saúde, resultando na sustentabilidade da cadeia e no acesso a um atendimento de qualidade.

Por quê investir em Atenção Primária à Saúde (APS)

“A Atenção Primária à Saúde (APS) é uma abordagem de saúde de toda a sociedade que visa garantir o mais alto nível possível de saúde e bem-estar e sua distribuição equitativa, concentrando-se nas necessidades das pessoas e o mais cedo possível ao longo do continuum da promoção da saúde e prevenção de doenças para tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, e o mais próximo possível do ambiente cotidiano das pessoas”, definem a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef)

Enraizada em um compromisso com a justiça social, equidade, solidariedade e participação. Baseia-se no reconhecimento de que o acesso ao mais alto padrão possível de saúde é um dos direitos fundamentais de todo ser humano, indistintamente. Visa garantir que as pessoas tenham acesso a serviços abrangentes de promoção, proteção, prevenção, cura, reabilitação e cuidados paliativos ao longo da vida, priorizando estrategicamente as principais funções do sistema voltadas para indivíduos, famílias e para a população em geral como elementos centrais da prestação de serviços integrados em todos os níveis de atenção.

Atua de forma sistemática em todos os âmbitos (incluindo características e comportamentos sociais, econômicos, ambientais, bem como das pessoas), por meio de políticas públicas e ações baseadas em evidências em todos os setores.

Empodera indivíduos, famílias e comunidades para otimizar sua saúde, como defensores de políticas que promovam e protejam a saúde e o bem-estar, como co-desenvolvedores de serviços sociais e de saúde por meio de sua participação e como cuidadores de si mesmos e de outras pessoas.

Para que a Cobertura Universal de Saúde (CUS) seja verdadeiramente universal, é necessária uma mudança de sistemas de saúde projetados em torno de doenças e instituições para sistemas de saúde projetados para pessoas, com pessoas.

Em todo o mundo, os investimentos na Atenção Primária à Saúde (APS) melhoram a equidade e o acesso, o desempenho dos cuidados de saúde, a responsabilização dos sistemas de saúde e seus resultados. É fundamental tornar os sistemas de saúde mais resilientes a situações de crise, mais proativos na detecção de sinais precoces de epidemias e mais preparados para agir antecipadamente em resposta a surtos de demanda por serviços.

Países que utilizam APS

O Reino Unido tem um dos formatos de gestão de saúde pública mais conhecidos e replicados no mundo, conhecido como National Health Service (NHS) que conta com orçamento anual de mais de US$ 170 bilhões ao ano. Os investimentos vêm do setor público e do Sistema de Seguridade Social. A partir da primeira consulta, o médico de família decide se encaminha ou não o paciente para um especialista, o que desafoga a rede e melhora a assistência com foco nos pacientes.

O Canadá estava em 9º lugar em 2017 como melhor sistema de gestão da saúde pública com investimento de cerca de US$ 300 bilhões em 2020 com grande volume de investimentos em tecnologia, especialmente em inteligência artificial para subsídio de diagnósticos e plataformas de consulta online.

Na América do Sul, o Chile é considerado o melhor sistema de gestão da saúde pública na foca na prevenção, atendimento precoce e diagnóstico de doenças associadas à idade, com destaque nos cuidados aos idosos. Seu orçamento em 2020 foi de US$ 9,9 bilhões.

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