Número de usuários de planos de saúde segue em alta no Brasil
Uso consciente da cobertura pode auxiliar na manutenção do plano
A pandemia da Covid-19 transformou o olhar do brasileiro para os cuidados com a saúde. Durante esse período de maior fragilidade, o desejo por um plano privado de saúde cresceu no país. Um levantamento realizado pelo instituto Vox Populi apontou que a cobertura suplementar é a terceira principal ambição da população, perdendo apenas para a casa própria e educação.
De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o setor encerrou 2021 com mais 48 milhões de beneficiários, um crescimento de 3,2% em relação a 2020. No Norte e Nordeste, o avanço foi de 4,3% em 2020 e 2,2% em 2021, somando novos 111 mil beneficiários em dois anos.
No Brasil, o maior volume de contratações ficou por conta dos planos coletivos empresariais, que cresceram 5% em 2021. Já os coletivos por adesão avançaram 0,6%, enquanto os individuais ou familiares recuaram 1,5%. Artur Freire, executivo do setor de seguros e representante do Sindicato das Seguradoras Norte e Nordeste, destaca a importância da atuação do setor privado diante da nova realidade.
“Independentemente da pandemia, o SUS sempre foi essencial para a saúde do país, mas não consegue atender toda a demanda. Principalmente no auge da crise, a saúde privada teve papel fundamental. Sem a saúde suplementar seria impossível atender a população”, afirmou.
O executivo observa que, com a alta na demanda, as empresas precisaram se reestruturar para oferecer o melhor atendimento. “Nesse período, o mercado segurador teve que se adaptar à realidade porque vários clientes perderam poder de compra. Na crise, muitas pessoas não conseguiram pagar, precisaram negociar, fazer downgrade passando para um plano mais barato ou até mesmo deixaram de ter cobertura”, completou.
Para quem já possui a cobertura, é preciso estar atento a alguns fatores que podem auxiliar na manutenção do plano. Entre eles, o destaque fica por conta da boa utilização dos serviços que pode até mesmo evitar reajustes maiores no valor das apólices.
“Para os planos individuais o reajuste é determinado pela ANS e não há possibilidade de incidência de reajuste pela sinistralidade da apólice, já os planos coletivos empresariais, além do reajuste anual, financeiro, também pode ocorrer o reajuste por sinistralidade”, informou Artur.
Em casos de mau uso, as operadoras podem encarecer o valor da cobertura. “Caso haja utilização indevida, isso vai impactar na sinistralidade e no aumento do preço. Para evitar isso, as operadoras vêm trabalhando muito com prevenção junto com RH das empresas. A ideia é promover uma conscientização e acompanhamento a pacientes crônicos, por exemplo, para evitar que os casos impactem à sinistralidade”, observou o executivo.
Para evitar a surpresa indesejada, a melhor saída é a prevenção. “Não compartilhar a carteirinha, fazer apenas os exames que são necessários e check-ups, sempre com ênfase principal na prevenção. A coparticipação também funciona como um incentivo à esta conscientização. Quanto mais nos conscientizamos, é melhor para todo mundo”, finalizou.