UnitedHealth Group Brasil e REAFRO capacitam cerca de 600 afroempreendedores

Publicidade

Programa “Afronegócios Virando a Onda” formou a última turma do ciclo de aprendizados e mentorias em Plano e Gestão de Negócios e Transformação Digital

O programa “Afronegócios Virando a Onda”, uma parceria entre a Rede Brasil Afroempreendedor – REAFRO e o UnitedHealth Group Brasil – UHG (controlador da Amil) em apoio aos empreendedores afro-brasileiros, formou em 30 de setembro a sua última turma, composta por 175 alunos das regiões Sudeste, Norte e Nordeste. Com o tema “Afronegócios de Impacto – Acelera”, esta foi a terceira etapa do programa, na qual foram selecionadas 50 iniciativas para investimento técnico orientado, garantindo assim o crescimento sustentável de afroempreendimentos.

Publicidade

Todo o ciclo de aprendizado e mentoria ofertado pelo programa foi 100% gratuito e online, reunindo ao todo 599 afroempreendedores que se inscreveram na iniciativa. “Pequenos negócios bem-sucedidos geram emprego, renda e garantem melhores condições de vida para milhares de famílias negras, muitas delas residentes nos bairros e periferias das cidades”, explica Renato Casarotti, vice-presidente de Relações Institucionais do UHG.

A parceria entre o UHG, controlador da operadora de planos de saúde Amil, e a associação sem fins lucrativos REAFRO teve início em janeiro de 2021, sendo dividida em três etapas para a execução de ações estruturantes que garantam a afroempreendedores o aperfeiçoamento de seus negócios. O ciclo de aprendizado ocorreu através do Programa de Mentorias Empresariais REAFRO (MentPreta) e de cursos promovidos pela Escola Nacional de Negócios REAFRO (Enafro), nas seguintes temáticas: Plano de Negócios, Gestão de Negócios e Transformação Digital.

O público-alvo foram micro e pequenos empreendedores afro-brasileiros. Aqueles que ainda não tinham o seu negócio formalizado receberam auxílio no processo de formalização através de mentorias individuais e em grupo, além de diagnóstico do empreendimento e planejamento dos fluxos de trabalho. “O projeto Virando a Onda foi uma tábua de salvação para centenas de afroempreendedores e afroempreendedoras, especialmente em razão da escassez de empregos causada pela pandemia. Empreender muitas vezes é uma oportunidade que se inicia pela ausência do trabalho formal”, acrescenta Aparecida da Silva, presidente da REAFRO.

Publicidade
C Josias & Ferrer no JRS

De acordo com dados coletados na fase inicial da inciativa, 42% têm idade acima de 51 anos. Em seguida (30%), está a faixa etária entre 41 e 50 anos. Ou seja, o grupo majoritário do programa são afrodescendentes acima dos 40 anos em que apenas 32% declararam ter concluído o nível superior de ensino.

Testemunho de participantes 

A artesã Gabriela Vidal, da Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, produz sabonetes artesanais representando os orixás da religiosidade de matriz africana. O negócio que começou como terapia para superar um trauma, hoje é fonte de renda. “Sofri tentativa de feminicídio, tive que buscar ajuda na terapia e me indicaram realizar uma atividade que me ajudasse na superação. Foi assim que comecei a produzir sabonetes artesanais, até que virou um grande sucesso. Mas eu nunca havia me capacitado, então conheci o programa. Sou da primeira turma e quando cheguei no “Virando a Onda”, estava totalmente crua. Não sabia falar do meu negócio, não conseguia me posicionar. O programa me deu um grande suporte para eu conhecer o meu próprio trabalho, para me conhecer como empreendedora e artista plástica. Sou filha de Oxóssi, então decidi chamar o meu negócio de “A Menina do Milharal” porque Oxóssi representa o milho, a prosperidade”, conta Gabriela.

A maranhense Janes Barbosa Tavares, pequena empresária da moda Afro, produz roupas com estampas características dos quilombolas. “Soube do Virando a Onda através de uma professora da Universidade Federal do Maranhão, mas achei que não atendia aos critérios. Ela insistiu e eu me inscrevi. Não acreditei quando soube que participaria das mentorias. O programa abriu para mim um leque de opções e acelerou o meu caminho. Meu objetivo não é ser uma empreendedora visando lucro. É olhar para as outras pessoas da comunidade que têm um talento exorbitante e levar para elas esse processo que aconteceu comigo”, explica Janes Barbosa.

Etapas do programa 

A primeira etapa do programa “Afronegócios Virando a Onda” ocorreu entre outubro de 2020 e maio de 2021, e envolveu 198 participantes do Rio de Janeiro e de São Paulo. Denominada “Fortalecimento dos Afronegócios”, o principal propósito da parceria entre o UHG e a REAFRO foi fortalecer a educação empreendedora com processos formativos, mentorias, monitoramento e acompanhamento continuado, em grupos e individualmente, de forma virtual, em razão do isolamento social imposto pela pandemia.

Denominada “Impulsionar para Crescer”, a segunda etapa foi desenvolvida de julho a dezembro de 2021 e ampliou o programa para outras regiões do país, totalizando 209 participantes. A terceira etapa, “Afronegócios de Impacto – Acelera”, desenvolvida este ano para 192 afroempreendedores (dos quais 175 concluíram a etapa), realizou a seleção de negócios de impacto para financiamento, de maneira a garantir o crescimento sustentável dos empreendimentos.

Gabriela Vidal e Janes Barbosa: empreendedoras capacitadas pelo programa / Divulgação

Related Articles