Brasil 80 anos atrasado em seguros catastróficos: Especialista revela desafios e soluções
Giovanni Balen é Gestor de Riscos Diferenciados da Fracel Corretora de Seguros
Enquanto o Rio Grande do Sul enfrenta uma das piores enchentes de sua história, com quase 600 mil desalojados e um trágico saldo de 143 mortes, o debate sobre a adequação dos seguros catastróficos no Brasil ganha relevância. Nesse contexto, Giovanni Balen, Gestor de Riscos Diferenciados da Fracel Corretora de Seguros, destaca a urgência de repensar as políticas de proteção financeira diante de desastres naturais.
Balen ressalta que a falta de cobertura contra alagamentos é um dos principais desafios enfrentados pelo mercado de seguros no Brasil. “Seguros, juridicamente falando, são contratos de adesão. A cobertura de alagamento é relativamente cara e pouco contratada, deixando a maioria das apólices sem essa proteção”, destaca o especialista.
Ele aponta que o país está significativamente defasado em relação a outros países quando se trata de seguros catastróficos. “Estamos uns 80 anos atrasados. Enquanto países como Espanha e México possuem consórcios de seguros para lidar com desastres naturais, o Brasil ainda carece de iniciativas semelhantes”, enfatiza Balen.
O especialista destaca a necessidade de uma mudança de paradigma nas políticas de seguro no país, sugerindo a adoção de modelos mais abrangentes, como as apólices “all risks” (da tradução, todo risco) encontradas em países europeus. Ele ressalta que tais modelos oferecem cobertura ampla e abrangente, independentemente das especificidades do sinistro.
Além disso, Balen enfatiza a importância da gestão de riscos voltada para o risco hídrico, alertando que tanto a abundância quanto a escassez e a contaminação da água representam riscos significativos para as empresas e a sociedade como um todo.
Diante do cenário desafiador, Balen expressa solidariedade ao povo gaúcho e destaca a importância da mobilização nacional para auxiliar na reconstrução das áreas afetadas pelas enchentes. “É crucial manter a onda de solidariedade e a mobilização de recursos para apoiar os esforços de recuperação”, conclui o especialista.