Especialista diz que é o momento de aproveitar o mercado aquecido

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Derrota da reforma da previdência não deve afetar trabalho dos corretores de seguros

Arley Boullosa é professor da Funenseg, Corretor de Seguros e diretor de ensino do Sincor-RJ
Arley Boullosa é professor da Funenseg, Corretor de Seguros e diretor de ensino do Sincor-RJ / Divulgação

O corretor de seguros Arley Boullosa tem a convicção de que o trabalho dos profissionais da corretagem de seguros deve ser feito independente ou não da aprovação da reforma previdenciária. Boullosa é professor da Escola Nacional de Seguros (Funenseg) há 22 anos e diretor de ensino do Sindicato dos Corretores do Rio de Janeiro (Sincor-RJ).

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“[A reforma] não sai mais e foi retirada da pauta por ser impopular demais para um ano de eleição. O governo não colocaria em votação havendo o risco de perder e isso aconteceria, mesmo tendo cedido em diversos pontos e mantendo apenas dois pontos principais: idade mínima e equiparação entre trabalhadores públicos e privados”, analisou Arley Boullosa.

O especialista lembra que as buscas pelo termo previdência privada cresceram 30% no Google. “O mercado não deve deixar a discussão ‘esfriar’. Temos a grande possibilidade de manter o assunto ativo, mas, todos os agentes precisam trabalhar juntos para que isso aconteça”, explica.

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Foco dos profissionais ainda é o automóvel

O professor ainda lembra a expansão da participação do mercado de seguros no Produto Interno Bruto (PIB) para os atuais 6%. Desde o Plano Real e a estabilização da moeda, em 1994, o setor sustentou um crescimento contínuo mesmo durante crises econômicas. “Os corretores continuam acorrentados ao seguro de automóvel por tratar-se de produto que possui forte procura e exige pouca consultoria. Acredito que a previdência é um produto que estreita o relacionamento com o cliente porque há frequência de contato, diferente de outros produtos, mas, a margem de remuneração para o corretor não é atrativa. Em previdência complementar não tem segredo: se a comissão é boa para o corretor o produto tem baixa rentabilidade para o cliente. Algumas seguradoras vem reduzindo o comissionamento e isso tem desmotivado os profissionais”, explicou.

Veja também: Governo joga toalha em relação a previdência e apresenta plano B para economia.

Mercado precisa amadurecer

O fator rentabilidade é um dos pontos mais questionados quando se fala em previdência, mas Arley Boullosa lembra que existe um vínculo direto com o risco de vida. “O investimento é uma parte do negócio. Uma consultoria bem feita de previdência está diretamente ligada a ‘viver mais’ ou ‘viver menos'”.

O diretor de ensino do Sincor-RJ pensa que os profissionais precisam de qualificação para falarem sobre o assunto. “Nosso setor precisa amadurecer e não estou vendo os agentes do sistema trabalharem juntos para que isso aconteça. Temos um mercado concentrado onde as cinco principais seguradoras possui 80% do mercado. Fica difícil oferecer um leque de possibilidades. Estamos limitados de conhecimento e de opções”, completa.

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