“Não pensar em proteção completa é negligenciar seu próprio planejamento financeiro”, diz CEO da Icatu Seguros durante Encontro com Gestores 2024
Evento reuniu especialistas e as principais gestoras de fundos de investimento do país, se consagrando como um importante fórum do mercado de previdência aberta
No primeiro semestre de 2024, o mercado de Previdência Privada passou por importantes mudanças na Legislação. A partir da promulgação da Lei 14.803, a escolha da tributação passa a ser realizada no primeiro resgate ou na concessão do benefício ao invés no momento da adesão do plano. Adicionalmente, as Resoluções CNSP 463 e 464, complementadas pelas Circulares Susep 698 e 699, reforçam características do produto e trouxeram evoluções, como a adesão automática da previdência empresarial, além de fortalecer e desenvolver o mercado de rendas, através da contratação de produtos previdenciários mais flexíveis e aderentes às necessidades dos participantes. Atualmente, o segmento concentra mais de R$ 1,4 trilhão de reservas e cresce consistentemente. No primeiro trimestre do ano, o produto evoluiu 15,2% no comparativo com o mesmo período de 2023, com arrecadação de R$ 47,1 bilhões, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
Todo esse cenário e evolução foi tema do painel “Como as atuais mudanças regulatórias da previdência impactam os investimentos?”, parte da edição de 2024 do Encontro com Gestores, que aconteceu na última quarta-feira (3), no River One, em São Paulo.
O encontro – consagrado como um importante fórum do mercado de previdência aberta – contou ainda com algumas das principais e mais experientes gestoras de fundos de investimento do país. Entre os convidados, marcaram presença Pierre Jadoul (ARX), Antonio Corrêa (Icatu Vanguarda) e André Fadul (Safra), no painel “Cenário econômico desafiador: como fica o Crédito Privado?” com mediação de Guilherme Argollo, Coordenador de Produtos de Previdência da Icatu Seguros; e Florian Bartunek (Constellation), Cesar Paiva (Real Investor) e Gabriel Raoni (IP) no painel “Investimento na Bolsa: os desafios de construção de carteira e ganhos consistentes ao longo prazo”, com mediação de Talita Raupp, Gerente de Produtos de Previdência da Icatu.
Cenário da Previdência Privada
Para Luciano Soares, CEO da Icatu, o produto previdenciário está mais próximo dos investimentos tradicionais e este ganho é percebido pelo nosso ecossistema, desde os gestores, passando pelos canais de distribuição e até os clientes finais. “Vejo com muito otimismo essa melhora da percepção de valor agregado do produto. Vários gestores dão mais valor ao passivo previdenciário, com uma visão maior de longo prazo. Muitos deles entenderam que esse é um mercado de ganha-ganha”, comentou o executivo durante o painel, que contou ainda com a participação de Henrique Diniz, Diretor de Produtos de Previdência da Icatu Seguros e Luciana Seabra, CEO da Indê Investimentos, e mediação de Antonio Rebello, Head de Parcerias da Icatu.
De acordo com Henrique Diniz, o mercado de previdência vive uma grande expansão nos últimos 20 anos e a tendência segue de crescimento, especialmente após as mudanças. “A relevância da previdência fica clara quando olhamos para o tamanho desse mercado. Em 2005, falávamos de R$ 50 bilhões. Hoje, crescemos de uma maneira acelerada e superamos os R$ 1,4 trilhão. Nunca houve decrescimento na indústria. Essa consistência já seria uma perspectiva interessante. Mas quando a gente olha sob o cenário de uma nova evolução regulatória, essa perspectiva se torna ainda maior, desde acumulação até a fase de desacumulação”, explica.
De acordo com Luciana Seabra, as mudanças regulatórias trouxeram também uma simplificação no ato da contratação da previdência. “Dois casos claros que vão melhorar: a possibilidade de pessoas que escolheram errado (tabela progressiva ou regressiva) na contratação, agora poderão mudar; outro é o produto previdenciário para o adulto investir para o filho com a liberdade de pensar onde usar o valor no futuro”, explicou.
Luciano Soares, CEO da Icatu Seguros, acrescenta que a mudança do tempo de decisão da tributação da previdência tira o risco do participante. “É uma tomada de decisão de longo prazo e que cria receio no momento da adesão. A mudança quebra essa barreira de entrada”, afirma.
Proteção completa
Luciano ressaltou, no entanto, que a previdência é um produto completo, mas não deve ser enxergado de forma isolada. “Estamos aqui para discutir a previdência e não podemos falar de planejamento financeiro, sem falar de proteção. Não pensar em proteção completa, que é a combinação da previdência com seguro de vida, é negligenciar seu próprio planejamento financeiro. A composição dos dois pode mudar ao longo da vida, o que não muda é a importância dessa complementaridade”.