Visto como “país amigo”, Brasil deve estar atento para terrorismo em Jogos Olímpicos

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Confira artigo escrito pelo diretor de Riscos Corporativos da Willis Towers Watson Brasil, Alvaro Igrejas, sobre o tema

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Alvaro Igrejas alerta para casos de terrorismo em grandes eventos. (Divulgação)

A fama do Brasil no exterior é de um país amigo, alegre, com um povo acolhedor, diplomático, sem grandes conflitos com outras nações, apesar da onda de violência civil que enfrenta. Ou seja, um ótimo anfitrião. No entanto, com a aproximação dos Jogos Olímpicos, o alerta diante do terrorismo é um fato. Afinal, o Brasil estará recebendo nações de todo o mundo e com isso, diversas questões étnicas e religiosas estarão envolvidas.

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Muito se fala na mídia local e no exterior sobre a questão do Zika Vírus, obras atrasadas, greve de policiais e outros problemas estruturais no Brasil durante a temporada esportiva, mas um tema importante como o terrorismo, que têm assustado o mundo, não está sendo tão difundido.

Há poucos meses foi divulgado um relatório da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) informando que o Brasil estava bastante exposto a ataques terroristas durante as Olímpiadas. Inclusive foi confirmada a autenticidade de um perfil de rede social e de uma mensagem postada em novembro do ano passado que dizia: “Brasil, vocês são nosso próximo alvo”. Um suposto integrante do Estado Islâmico teria publicado a ameaça, logo após os atentados na França.

Com os ataques recentes na França, Bélgica, e outros países da Europa, entendo que este cenário tem de ser considerado pelo universo do seguro e das consultorias em riscos corporativos e seus clientes. Principalmente empresas com operações no Rio de Janeiro, cidade sede do evento.

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A probabilidade de o país ser alvo de terroristas cresceu nos últimos meses devido aos recentes ataques citados, e também pelo aumento do número de adesões de brasileiros à ideologia do Estado Islâmico.

Portanto, amigo ou não amigo, o país reunirá diversas nações, haverá concentrações de pessoas, aglomerações, e isso é um chamariz para este tipo de ataque. Assim como Governo e Federações, as empresas também podem e devem se proteger com seguros adequados aos seus perfis.

Que locais estariam mais expostos? Bom, diante de uma cidade com um evento tão grandioso é difícil prever, mas meios de transportes, estádios, shoppings, hotéis, hospitais, tanques de armazenamento de material inflamável, pontes, túneis, atrações turísticas, estações de tratamento e abastecimento de água, empresas de comunicação e infraestrutura, representações estrangeiras e seus eventos, marcas icônicas, entre outros, são locais com maior exposição, certamente.

Aqui no Brasil, o seguro contra o terrorismo é pouco difundido, mas pode proteger as empresas dos danos materiais sofridos por ela, além de lucros cessantes, remoção e proteção de salvados, despesas de salvamento, danos materiais decorrente da tentativa de evitar o sinistro, etc. Essas exposições ocorrem antes, durante e depois do evento, por isso todo cuidado é pouco.

É preciso adequar a estrutura da empresa à realidade do evento e ao tipo de cobertura: reunir 10 ou 20 pessoas é diferente de reunir milhares. Portanto, as coberturas e valores podem variar muito. Algumas podem chegar a dezenas de milhões, de acordo com o grau de exposição – o que ajuda a mitigar riscos e danos imensuráveis.

Terrorismo no Brasil parecia algo distante e inimaginável, mas não dá para pagar para ver se ele está na nossa porta.

*Alvaro Igrejas é diretor de Riscos Corporativos da Willis Towers Watson Brasil.

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