Seguradoras devem incluir Riscos Climáticos nas coberturas, defendem especialistas em Seminário

Nesta quinta-feira, 26 de setembro de 2024, aconteceu o seminário “Impacto das Enchentes no RS ao Mercado de Seguros”. O evento, organizado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul (TJRS), pela Comissão Especial de Seguros e Previdência Complementar da OAB/RS (CESPC) e pela Associação Internacional de Direito de Seguros (AIDA), reuniu especialistas do setor jurídico e do mercado segurador, oferecendo um espaço para discussões aprofundadas sobre os desafios enfrentados após as enchentes.

Publicidade

Entre os presentes, os organizadores foram a Desembargadora Lusmary Fatima Turelly da Silva, 3ª Vice-Presidente do TJRS; Ricardo Einsfeld Villar, Presidente do CESPC-OAB/RS; e Leonardo Lamachia, Presidente da OAB/RS. Também participaram advogadas renomadas, como Jaqueline Wichineski e Niris Cunha, além de outros profissionais.

Dividido em quatro painéis temáticos, o seminário abordou os efeitos das enchentes em diferentes áreas do mercado de seguros: automóveis, seguro rural, seguro patrimonial e resseguros. Ricardo Villar iniciou ressaltando a importância de aprender com os recentes acontecimentos climáticos para aprimorar a gestão de crises. “Se tirarmos aprendizados e aperfeiçoarmos nossos processos, conseguiremos enfrentar esses desafios com uma realidade menos dura no futuro. O mercado de seguros tem um papel crucial nesse enfrentamento”, afirmou Villar.

O Professor Doutor Bruno Miragem, da UFRGS, participou como um dos palestrantes, contribuindo com uma análise e comentou que o intervalo das catástrofes ficaram cada vez menores. “Hoje, não enfrentamos apenas grandes eventos como terremotos, mas também riscos climáticos recorrentes que não podem simplesmente ser excluídos das coberturas securitárias”, afirmou.

O debate também se concentrou nas dificuldades de popularizar seguros que cobrem catástrofes naturais. Villar destacou a complexidade do mercado, onde muitos clientes em áreas de risco têm dificuldades para contratar seguros devido aos altos custos, enquanto aqueles em regiões menos vulneráveis frequentemente não consideram essa necessidade. “Essa falta de integração no fluxo acaba tornando os seguros mais caros para quem está exposto ao risco, enquanto muitos outros ignoram a importância dessa proteção até que seja tarde demais”, explicou.

Publicidade

As consequências das enchentes no Rio Grande do Sul foram descritas como devastadoras, com perdas que incluíram vidas, residências, veículos, parques industriais e áreas agrícolas. Leonardo Lamachia, da OAB/RS, relembrou a gravidade dos danos e como as instituições jurídicas foram afetadas diretamente. “O sistema de justiça gaúcho foi duramente atingido. Montamos um gabinete de crise na Universidade de Direito da UFRGS e operamos por 25 dias em um espaço reduzido, lutando para salvar nossos dados e continuar funcionando”, relatou Lamachia.

A desembargadora Lusmary da Silva, ressaltou a resiliência do Judiciário diante da tragédia e a importância de estreitar laços interinstitucionais para lidar com crises climáticas. “Estar aqui hoje, vendo que todos estão bem e que o prédio ainda está de pé, é um alívio. Precisamos seguir capacitando os operadores do direito para garantir uma resposta rápida e eficiente às emergências climáticas”, afirmou.

O seminário representou uma oportunidade de reflexão sobre o papel do setor segurador em tempos de crise, continue nos acompanhando para saber mais.

Confira mais fotos do seminário:

Crédito: Filipe Tedesco/JRS

Artigos Relacionados

Comentários

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *