CNseg promove evento que foca em novas tecnologias para o setor de seguros

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12º Insurance Service Meeting e o 3º Encontro de Inteligência de Mercado foram marcados pelo debate sobre o setor de seguros na era digital

Nos dias 7 e 8 de novembro, São Paulo foi palco de um dos maiores encontros para debater o futuro do mercado segurador do país. Sediado no Transamérica Expo Center, o 12º Insurance Service Meeting e o 3º Encontro de Inteligência de Mercado reuniram mais de 400 profissionais interessados nos temas abordados.

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JRS no 12º Insurance Service Meeting

O presidente da Confederação Nacional de Seguros (CNseg), Marcio Coriolano, destacou em vídeo na abertura do evento a importância dessa discussão. “A era digital, sucedendo outras eras disruptivas – como a fabril, a mecânica e a eletrônica -, já é uma realidade e alcança o mercado segurador de forma absolutamente impactante. O Insurance Service Meeting já se firmou com um dos mais importantes fóruns do mercado segurador. Mais do que um resultado de tecnologia, o momento da sociedade contemporânea é fruto da vontade do novo consumidor”, declarou.

A palestra de abertura foi apresentada por Renato de Castro, expert em cidades inteligentes da SmartUp Consulting Firm, embaixador de Smart Cities do TM Fórum de Londres e membro do conselho de administração da ONG Leading Cities de Boston. Castro salientou a importância e a urgência da utilização de Inteligência Artificial nas operações de seguro com base em quatro pilares: “Estudo com foco no cliente, para que o resultado seja mais assertivo; Simplicidade, para que o consumidor tenha o empoderamento de resolver suas próprias demandas rapidamente e sem complicações; Parcerias e investimentos em Startups e Spinoffs; e, por fim, Predição, com o objetivo de diminuir os riscos e atuar ativamente na prevenção de sinistros”, ressaltou o profissional.

O evento também debateu a otimização de processos por meio do RPA (Robotic Process Automation), em que um único sistema é capaz de cruzar dados de maneira inteligente e assertiva, permitindo que os colaboradores voltem seus esforços para a parte estratégica do negócio. Marco Dearo, diretor da Delloite, apontou a ferramenta como uma das saídas mais acessíveis e práticas quando se pensa em tecnologia com aplicabilidade imediata.

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“O RPA tem o funcionamento a partir de sistemas já existentes, agilizando muito mais a transformação tecnológica”, afirma Dearo.

Ainda focado na disrupção do atual cenário o evento trouxe a discussão do emprego da tecnologia do blockchain no setor segurador. Gustavo Paro, diretor de Vendas da R3, debateu que essa nova transação digital irá transformar a indústria seguradora de forma ainda mais intensa que a financeira.

Em “Como Prosperar no Digital”, painel que contou com Tom King, diretor da Pegasystem, como palestrante, foi debatido o caminho digital dos mais diversos processos no mercado segurador e a importância das empresas olharem para este assunto como tema prioritário. “Uma empresa não se transforma em digital no primeiro dia. São passos que precisam ser dados continuamente para chegar a um resultado satisfatório e eficaz”, completa King.

Segundo dia

Abrindo o painel no segundo dia de evento, o palco do 12º Insurance Service Meeting sediou a palestra “Desmistificando a Inovação no Setor”. Cristiano Barbieri, diretor de Inovação Analytics e Tecnologia da SulAmérica, ressaltou que o comportamento do consumidor mudou com o surgimento das novas tecnologias nos últimos 10 anos, o tornando mais questionador. Complementando, Cibele Cardin, CIO da Chubb Seguros, pontuou que o impacto da inteligência artificial afeta o consumidor de modo geral, e como o seguro poderá ser muito mais preventivo do que reativo com o uso correto e bem aplicado das novas tecnologias. Curt Zimmermann, diretor de TI da Bradesco Seguros, acrescentou ao debate a importância das grandes empresas seguradoras apoiarem o surgimento de novas tecnologias para suprir a alta demanda do mercado.

Fabio Luis Marras, CTO & Distinghished Engineer da IBM, liderou o painel sobre “IA: você sabe com quem está falando?” e apontou que num futuro próximo teremos a IA em todas as partes, insights mais profundos com o cliente e a personalização em escala. “Minha visão é que as seguradoras no Brasil passaram por uma evolução nos últimos anos e vêm buscando melhorias contínuas no sentido de adoção de novas tecnologias”.

O vice-presidente de Pesquisa da Gartner, Cassio Dreyfuss, destacou no painel “Transformação Digital: O Desafio não é apenas tecnológico”, que a “transformação digital é uma jornada que tem como pilares a mudança de cultura das pessoas, nos padrões de trabalho e no modelo de negócios”. O diretor de Supervisão de Conduta da Susep também participou do debate e declarou que hoje o órgão trabalha em frentes como o “alinhamento com representantes da indústria de seguros, com as autoridades que permeiam o setor e na aproximação de insurtechs”, concluiu.

A palestra de encerramento do evento contou com a participação de Cezar Taution, head Digital Transformation da Kick Ventures, que pontou sobre as novas fronteiras do seguro e da era digital. “Hoje temos alguma dificuldade em perceber que não é apenas uma tecnologia que causa a disrupção e sim a convergência de diversas tecnologias”.

Taution ressaltou que “hoje a inteligência artificial é um guarda-chuva com um conjunto de ciências que impacta a sociedade e os modelos de negócio. No setor de seguros é necessário olhar atentamente para a importância da solidificação das parcerias entre essas empresas e as insurtechs que podem alavancar o avanço tecnológico deste mercado”.

3º Encontro de Inteligência de Mercado

Paralelamente ao 12º Insurance Service Meeting, também foi realizado, no Transamérica Expo Center, em São Paulo, o 3º Encontro de Inteligência de Mercado.

JRS no 3º Encontro de Inteligência de Mercado

Para o debate “Análise de Impacto Regulatório”, Patrícia Pessôa Valente, sócia da PVMP Advogados, lembrou que esse já é um tema antigo de discussão no mundo mas novo ainda no Brasil devido a questões econômicas, históricas e culturais que impediram seu avanço na mesma velocidade por aqui. Por ser um assunto recente, ainda há dificuldade de entendimento sobre sua finalidade. Mas essa é uma ferramenta de melhoria de eficiência da gestão pública e Patrícia acredita que “devemos dar uma mais atenção aos impactos sociais e não olharmos apenas aos econômicos que podem decorrer da regulação”.

Flávio Abdenur, fundador da SLQ Soluções Quantitativas, discutiu o tema “Inteligência Artificial e o Futuro do Trabalho”. Nessa palestra, foi traçado um panorama sobre a evolução das tecnologias ao longo dos anos e identificado que o tempo dessa evolução é cada vez menor enquanto a dependência gerada aumenta em grande escala.

O painel “As novas gerações e o seguro”, liderado por Luis Rasquilha, CEO da Inova Consulting, debateu a rapidez da transformação tecnológica nas últimas duas décadas, o relacionamento das diversas gerações com tais transformações e oportunidades e desafios para as seguradoras nesse cenário. Rasquilha salientou que o mercado segurador necessita manter o foco na análise profunda das preferências dos clientes e do seu momento de vida para oferecer produtos e serviços mais assertivos.

Segundo dia

O encontro realizou a mesa redonda “O Desafio da Retomada do Crescimento da Economia e o Mercado Segurador”. O economista e professor da PUC-Rio, Luiz Roberto Cunha, alertou que o mercado precisar ter um olhar atento para o presente com o objetivo de entender o futuro. Alexandre Leal, diretor técnico da CNseg, salientou que a Confederação tem como um de seus projetos o Programa de Educação em Seguro, implementado em diferentes canais da instituição, cujo objetivo principal é informar e educar diversos públicos. O superintendente de produtos de seguros do Banco Santander e presidente da Comissão de Inteligência de Mercado da CNSeg, Alex Körner, destacou que os desafios como novas formas de pagamento e adequação de modelos de produtos às novas realidades dos consumidores fazem parte de um movimento a ser discutido pelo setor.

Na segunda palestra do evento, “Ciência de dados Oportunidades no Mercado Segurador”, os professores da PUC-Rio, Gustavo Robichez, Rafael Nasser e Hélio Lopes traçaram um panorama da ciência do comportamento e da psicologia do consumo. Para Lopes o projeto de ciência de dados é um ciclo onde a definição de tarefas é a parte mais importante para que haja uma entrega consistente. Nasser complementou que informações são úteis para mapear e predizer riscos, mas é necessário ler, traduzi-las e aplicá-las de forma inteligente com o objetivo de ajuda na tomada de decisão. Robichez concluiu o debate dizendo que “é importante refletir quais as indagações sob a perspectiva do atual cenário do seguro e que dados são o novo petróleo”.

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