Confira artigo da sócia-fundadora da Agrifoglio Vianna Advogados Associados, Dra Laura Agrifoglio Vianna

Os 33 anos da AV representam, sem dúvida, para mim, a confirmação das lições ministradas pelo meu pai advogado, relacionadas à perseverança no trabalho digno, na ética, na resiliência, que nos faz não esmorecer, diante de desafios constantes e algumas vezes, por que não dizer, diante de decepções sofridas. E, ao mesmo tempo, é claro que, ao longo destas mais de 3 décadas tive muitas gratas surpresas, muitas lições, que, hoje vejo, auxiliaram a unificar os caminhos da vida profissional e pessoal rumo a um propósito comum: de encantar e se deixar encantar. Pois é a capacidade de manter o encantamento com a vida o que permite gerar um ótimo resultado para os clientes e nos dar o alento de seguir no dia-a-dia com leveza.

Pode-se dizer que a história do Escritório praticamente iniciou dentro da Cia. de Seguros Previdência do Sul, hoje parte do grupo CNP, pois, com um ano de formada, fui convocada pelo Dr. Voltaire Marensi para compor o Jurídico com ele. Advoguei internamente por 5 anos, sendo que, em 1991, o saudoso e querido Miguel Junqueira Pereira, juntamente com o meu Diretor na época, Osvalberto Schacht, me estimularam a terceirizar uma empresa de advocacia para ampliar a base de atuação, o que ocorreu em outubro de 1991. Foi então que o Escritório, que eu já tocava em paralelo junto com meu grande amigo Dr. Marcos Olsen, teve um grande avanço, com o aparelhamento de tudo que é necessário para atender uma seguradora.

Logo vieram outros grandes clientes mais, inclusive, no setor financeiro, em que tivemos oportunidade advogar para algumas das maiores empresas do Estado neste ramo, como o Banco Meridional e a Malcon Financeira, esta por 27 anos.

Alguns anos depois, dobramos a nossa carteira de Processos da Previsul, quando fomos contratados para atuar em todos os processos judiciais cíveis em todos os Estados do Brasil como único Escritório credenciado desta seguradora. Tratava-se de especial desafio, tendo em vista que, naquele tempo, os processos eram físicos e tínhamos de não só cuidar da parte jurídica como gerir uma rede de advogados em todas as principais cidades brasileiras. Todos os atos processuais, como cópias, audiência e juntadas de peças eram feitos presencialmente. Penso que nos saímos muito bem, pois até hoje seguimos advogado para a Previsul, apesar de alterado diversas vezes o seu controle acionário, tendo inclusive mudado de sede para São Paulo e hoje estando integrada ao grupo CNP.

Da mesma forma, atuamos, ao longo dos anos, para diversas empresas do setor securitário, como a Porto Seguro, a Novo Hamburgo e até capitaneando uma ação civil pública em nome do SINDSEG/RS. Com a potente Icatu Seguros, já por muito anos temos parceria. Atualmente, desenvolvemos com a Gente Seguradora, empresa cada dia mais pujante no cenário nacional, um vínculo de dedicação que nos levou a reiniciar na área de ressarcimento, além do trabalho no contencioso.

Se desdobraram mudanças impressionantes nestas três décadas.

O cenário atual de automação, atualizações e alterações diuturnas de exigências na operação que engloba ser uma empresa de advocacia, passa por toda questão da informática, de sistemas internos e externos, de plataformas, do comercial, do financeiro, do marketing, da gestão, da fidelização de clientes, da apresentação de dados e planilhas confiáveis mensais, da tendência processual de visual law nos arrazoados, e da estruturação do time.

O caminho há de observar os critérios sociais de governança, integridade, equilíbrio ambiental e necessariamente alcançar o resultado, sem o qual não persiste a empresa, que é a eficiência econômica, lastreada num mínimo de previsibilidade, que possa garantir segurança e estabilidade. O propósito empresarial, que compreende a justiça social e o lucro, na verdade, são indissociáveis.

Nesse delicado e complexo balanço é que se busca a continuidade e o crescimento, a prestação de serviços de qualidade jurídica que alcance êxitos nas demandas e que, por outro lado, se possa satisfazer as exigências das gerências jurídicas que demandam relatórios, retornos, cadastros e posições sobre acordos, encerramentos, provisões e todo o arcabouço necessário para as empresas de seguro.

De tudo somado, vem um aprendizado e atualização constantes, a premência da adaptação, reinvenção, os projetos e reformulações imprescindíveis para a fidelização de clientes e manutenção da qualidade do objetivo maior e inarredável de uma empresa de advocacia que labora no contencioso, que é o êxito judicial nos processos. Isto se alcançará somente com tecnologia, contemporaneidade, gestão de pessoal com humanidade e bom ambiente de trabalho, conhecimento jurídico e controles avançados.

Enfim, são 33 anos de muitos desafios e muitas realizações, que me faz ser especialmente grata a todos que tornaram esse sonho possível, os clientes, os colaboradores e, é claro, o apoio que sempre tive da equipe JRS.