Empresas brasileiras não têm cultura de seguro ambiental

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LTSeg alerta para a questão e explica os motivos

Mesmo com os recentes acontecimentos envolvendo tragédias ambientais, assim como os acidentes que impactaram o meio ambiente causados por empresas de grande porte, ainda são poucas as companhias brasileiras que contratam seguros ambientais. Além de pouca informação sobre os produtos e suas garantias, a falta de obrigatoriedade e os valores praticados parecem ser alguns dos impedimentos para que estes seguros não sejam tão populares entre as empresas. O alerta da LTSeg, corretora de seguros, chama a atenção para uma reflexão dos empresários neste sentido.

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O lado positivo é que em 2018 foi registrado um aumento de 18% na venda do seguro de Riscos Ambientais, de acordo com dados da Susep. No entanto, o número ainda é baixo se compararmos com outros países, como Estados Unidos, onde o mercado expandiu consideravelmente nos últimos 10 anos.

“Alguns editais de concorrências públicas incluem, de uma forma relativamente abrangente, a questão da responsabilidade de reparação por danos ambientais e para se adequarem às normas, as empresas utilizam a cobertura de Poluição Súbita dentro da apólice de Responsabilidade Civil. Apesar de amparar algumas ocorrências de danos de poluição, a cobertura possui uma série de restrições, daí a existência do Seguro Ambiental”, explica Caio Timbó, diretor financeiro da LTSeg, executivo com formação em engenharia ambiental.

De acordo com o profissional, o seguro não engloba, por exemplo, casos de poluição gradual ou quando ocorre a percolação de poluentes. Mesmo para os casos de poluição súbita existe um limite de 72 horas de início e fim de ocorrência além de a apólice concentra a proteção nos danos a terceiros sem amparar o próprio segurado. No seguro de Riscos Ambientais, mesmo se tratando de apólice do ramo de Responsabilidade Civil, o próprio segurado pode acionar um sinistro para tratar de uma ocorrência com poluentes em suas instalações, por exemplo.

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C Josias & Ferrer no JRS

Para Timbó, das empresas que contratam este tipo de seguro no País, pode-se dizer que a maioria são transportadoras que carregam produtos perigosos. Essas empresas lidam diariamente com o risco de acidentes e tombamentos e, portanto, não só têm uma compreensão maior do impacto direto que podem causar ao meio ambiente como a identificação e responsabilização do acidente ocorre de forma rápida pelos órgãos competentes.

O falso entendimento de que este tipo de seguro só traz custos para a operação, impede os empresários de enxergar outros benefícios ao negócio, como o aumento do valor da empresa no mercado. Atualmente, com as novas políticas ambientais das principais potências mundiais, o seguro ambiental tem se mostrado não somente uma ferramenta de proteção patrimonial, mas também um indicador que corrobora a política e comprometimento das empresas com o meio ambiente.

“A conscientização vem aumentando e a cada nova ocorrência ambiental, mais empresas se atentam para os riscos, mas ainda há muito o que ser discutido neste aspecto e é preciso que o assunto entre na agenda das empresas, seguradoras e poder público para viabilizar uma solução satisfatória”, conclui Timbó.

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