Fraca demanda econômica deve manter Selic em 2%, aponta especialista
Copom decide sobre manutenção da taxa nesta quarta e quinta, 15 e 16 de setembro
O Comitê de Política Econômica (Copom), do Banco Central, se reúne entre hoje, 15, e amanhã, 16, para tratar, entre outros assuntos, da taxa básica de juros, a Selic. Segundo o Boletim Focus, divulgado pelo BC, nessa segunda-feira, 14, o mercado espera pela manutenção dos atuais 2% da Selic. Para a especialista em Finanças Públicas, e professora da Universidade Santo Amaro – Unisa, Roberta Auler Bittencourt Bernardo, essa projeção deve se concretizar.
“A demanda agregada da economia ainda está muito fraca, em especial, pelas consequências negativas por conta da pandemia do novo coronavírus. O Banco Central deverá controlar a inflação do País por meio da manutenção atual em 2% da Selic”, acredita. “Em situações normais, ao reduzir a Selic, os juros mais baixos ajudam a tornar o crédito mais barato. Desse modo, possibilita aceleração do Produto Interno Bruto (PIB), pois o consumo das famílias e os investimentos privados, que têm os maiores impactos na economia, tendem a ficar mais estimulados”, complementa.
Atualmente, a Selic encontra-se no menor patamar de sua história, após seguidas reduções, saindo de um patamar de 14,25% ao ano, em agosto de 2016, para os atuais 2%. Para a professora da Unisa, este número já é baixo, e por isso, fica inviável diminuí-lo ainda mais. “Para a realidade dos países emergentes, como é o caso do Brasil, já está em um patamar bastante baixo. Ademais, já estamos com projeção de taxa de juros reais negativas para a economia brasileira. O risco fiscal é crescente, uma vez que a retomada da economia fique abaixo da esperada e ocorra a elevação da taxa de desemprego”, alerta a especialista.