“Precisamos pensar fora da caixa para aumentar a distribuição de seguros no Brasil”, diz CEO de Seguros da MAPFRE
CEOs da companhia promoveram análise sobre panorama do mercado diante da pandemia de covid-19
O Brasil representa a segunda maior operação da MAPFRE em escala mundial. O País contribui com 20% do faturamento global do grupo segurador e conta com 3,5 mil funcionários distribuídos em 75 sucursais. O lucro líquido da companhia foi de R$ 334 milhões no primeiro semestre de 2020 – o que representa um crescimento de 58% em relação ao ano passado. Estes dados e análises sobre o panorama geral do mercado segurador foram apresentados pelos CEOs da seguradora na região.
Fernando Pérez-Serrabona, CEO da MAPFRE Área Regional Brasil, e o CEO de Seguros da companhia, Luiz Gutiérrez, receberam jornalistas para apresentar as considerações da empresa para os próximos meses, quando começa a implementar seu programa de retomada das atividades presenciais de forma consciente.
“O mercado brasileiro poderia ser 2,6 vezes maior. Apenas 30% da população tem carro, 15% das moradias possuem apólice residencial, 8% tem seguro pessoal e apenas 10% das PMEs possuem apólices de proteção”, comentou Pérez-Serrabona ao lembrar que o Brasil é a oitava maior nacionalidade com potencial para o mercado segurador nos segmentos Vida e Não-Vida entre as 96 nações pesquisadas no Índice Global de Seguros Potenciais (GIP), elaborado pela MAPFRE Economics.
Para o CEO da MAPFRE em território brasileiro, historicamente, “o segundo semestre é mais aquecido”, ainda mais diante dos sinais de recuperação dos resultados do mercado segurador nacional diante da pandemia de coronavírus. “Dados da Susep revelam uma alta de 5,9% em junho, quando comparado ao mesmo período de 2019. As receitas chegaram a R$ 23,35 bilhões em junho”, acrescentou o executivo. Entretanto, Fernando Pérez-Serrabona reitera a inexistência de uma unidade de conjuntura na América Latina. “Peru, Colômbia e Chile, por exemplo, foram impactados, mas a recuperação será acelerada nessas regiões”, completou.
A MAPFRE revelou que ao menos 79% de suas sucursais começam a reabrir após as ações de contingência implementadas ao longo do ano. “Equipes foram colocadas em home office sem impactos ou perda de produtividade, inclusive o call center. Foi dada continuidade à manutenção dos serviços aos clientes. Os serviços a clientes de grupos de risco ou setores essenciais foram priorizados. Painéis diários auxiliam a acompanhar os principais indicadores operacionais. Foi dado suporte aos prestadores de serviços e realizada a estruturação de treinamentos operacionais por meios digitais, além de forte atuação no combate às fraudes. A companhia ainda promoveu a revisão de processos para reprogramação de parcelas das apólices (isenção de juros). Tudo isso gerou aumento nos resultados de NPS (Net Promoter Score)”, disse o CEO de Seguros, Luiz Gutiérrez.
Gutiérrez cita que além das medidas previstas pelo programa Retomada Segura, a companhia busca soluções inovadoras em parceria com universidades e a abertura da plataforma MAPFRE Open Innovation. “Critérios para retorno foram estabelecidos com base nas atividades prioritárias da companhia. Entre elas, o atendimento presencial aos clientes em sucursais, Postos de Atendimento Rápido Especializado (PAREs) e call center. A prioridade foi oferecer cuidado com colaboradores, parceiros, fornecedores e clientes”, explicou. Ao todo mais de 1,3 mil colaboradores da seguradora foram testados para covid-19 antes de retornar às atividades, o que representa 35% da força de trabalho da empresa no País.
Para a companhia, a pandemia ampliou o foco das empresas em tecnologia e inovação, o que impulsiona o autosserviço e produtos como o Seguro Educacional, Previdência, Residencial, Vida e Agro. “Os corretores precisam assumir um papel mais consultivo. É preciso começar a falar com os clientes. Acredito que o interesse por seguros está em crescimento no Brasil, mas é preciso que alguém chegue e aborde as pessoas para falar sobre isso. É extremamente importante traduzir a indústria do seguro para o público em geral”, abordou Luiz Gutiérrez ao enfatizar ações do setor, como a possibilidade de renovações automáticas de apólices. “Seguro deve ser visto como um elemento importante de segurança social, na medida em que garante a manutenção da renda, dos estudos e da continuidade de negócios”, encerrou.