A importância de novas métricas para proporcionar a melhor experiência para o cliente

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Confira artigo de Cristiane Guerreiro, gerente de People Journey Design na Necxt, empresa do Grupo Stefanini

Muito tem se falado sobre proporcionar a melhor jornada para o consumidor. Mas como realmente saber se estamos atendendo bem e suprindo as suas necessidades? Como saber se estamos indo no caminho correto? Podemos medir a satisfação, seu sucesso em conseguir o que busca e até sentimentos ao longo de uma trajetória. Para isso, é necessário definir os parâmetros que serão acompanhados, de acordo com uma estratégia traçada. A esses parâmetros damos o nome de Customer Experience Key Performance Indicator (CX KPI).

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Destaco aqui a construção e a colocação prática de um modelo diferenciado de abordar o usuário e o negócio ao mesmo tempo. Um modelo que avalia as formas como se realizam as interações de quem utiliza a sua marca, do ponto de vista do consumidor. E isso é factível se estruturado e feito ao longo das diferentes etapas das jornadas, seja para a resolução de um problema, seja para tirar uma dúvida ou para solucionar qualquer questão do cliente. A direção a seguir é no sentido de saber o quanto o cliente teve sucesso em conseguir o que ele queria e isso vai muito além de saber se ele realizou ou não uma compra.

Um passo importante, antes de definir as métricas, é ter claro os objetivos e a estratégia da empresa. Os CX KPIs também servem para nos guiar diante da estratégia traçada no sentido de proporcionar a melhor experiência para o consumidor. Queremos atingir as interfaces cognitivas, afetivas, sensoriais e comportamentais do usuário durante todos os estágios do processo de interação.

Cristiane Guerreiro é gerente de People Journey Design na Necxt, empresa do Grupo Stefanini / Divulgação
Cristiane Guerreiro é gerente de People Journey Design na Necxt, empresa do Grupo Stefanini / Divulgação

E tudo começa realmente e entendendo o que quer esse usuário, quais são suas dores e como ele prefere ter a interação com sua marca. Por meio de uma busca contínua para melhorar essa relação, podemos proporcionar uma melhor percepção de cada etapa a ser cumprida diariamente. É como qualquer relacionamento, é necessário investir tempo e ser cuidadoso. Um parâmetro muito utilizado é o Net Promoter Score (NPS), pelo qual avalia-se o grau de fidelidade dos clientes. Sem dúvida, o NPS é um componente indispensável, no entanto, precisamos nos colocar no lugar do consumidor e entender o porquê de uma nota. Fazer essa leitura do que o aflige e entender a essência de sua nota é fundamental em um processo de melhoria contínua e de fidelização. Nosso desafio aqui é entender o que compõe uma nota de NPS, quais CX KPI’s devem ser medidos e que estão ligados a essa nota. Ele te recomendaria, por que sim ou por que não? Essa composição de um NPS, por exemplo, seriam as métricas a serem definidas e como elas se relacionam.

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Eu entendo que, às vezes, algumas questões podem entrar em choque com a real capacidade de uma empresa atender as necessidades dos clientes. O fato é que também precisamos estar atentos aos objetivos da companhia. Ocasionalmente, uma melhoria para o consumidor pode não estar alinhada, de imediato, com a capacidade da empresa. Por isso a importância de entender as necessidades e dores tanto dos clientes quanto da empresa e, assim, traçar uma estratégia. A partir disso selecionamos os parâmetros (KPI), os medimos sistematicamente e buscamos melhorias para atingir esses parâmetros, de maneira orgânica e sustentável.

Embora o olhar possa ser a longo prazo, muitas vezes uma pequena mudança pode fazer uma grande diferença na jornada e assim melhorar a percepção do usuário. Dessa forma, é necessário realizar investimentos para a adoção dessa mentalidade em todas as áreas da empresa, de maneira que todos tenham essa percepção e objetivo. O retorno é visível. Precisamos pensar e fazer soluções que atendam ambos os lados. É fato que é essencial investir na adoção de novas tecnologias, em novas formas de melhor atendê-lo, mas não necessariamente a tecnologia por si só resolve. Às vezes, uma mudança na abordagem já impacta positivamente a jornada.

O usuário precisa ser atendido naquilo que ele espera. Na condição de usuária de um serviço ou de um produto, se estou com um problema, eu ligo para a empresa, para a área de atendimento, e não para os responsáveis por pesquisa e desenvolvimento, por exemplo. Mas se a área de atendimento não resolve minha questão, espero ser encaminhada para quem resolva. Se é um bot que vai resolver meu problema, ótimo, espero que a resolução seja mais rápida. Mas, às vezes, precisamos falar com alguém. E assim você pode ir estreitando o relacionamento e construindo um impacto positivo e sólido para a sua marca: dando uma resposta e resoluções concretas no menor espaço de tempo possível.

A princípio, as empresas têm uma estratégia, têm métricas e conta com indicadores já consolidados para fazer as medições e adaptar o tom aos objetivos do negócio e atingir assim resultados mais eficazes. Essa meta deve ser ajustada, periodicamente, de acordo com o comportamento do consumidor, que pode mudar. Analisar o conteúdo de conversas realizadas, conduzir pesquisas, comparar os diferentes indicadores, fazer correlações a partir do que o usuário está apontando e até criar indicadores próprios são medidas importantes que vão além de ficar preso a números frios e pré-determinados.

Temos à mão tecnologias e inteligência para auxiliar nessa análise de dados, sendo urgente buscar formas de transformar os dados em insights e em informações intuitivas e de fácil acesso, onde aprendemos rapidamente sobre nosso usuário e fazermos fluir essa interação. É um aprendizado constante e contínuo. Precisamos construir esse histórico e manter nosso olhar voltado para isso.

Essas informações precisam ser transmitidas para toda a empresa. É um processo que tem que envolver todos e não apenas as lideranças. Cada vez mais, os colaboradores precisam se apropriar desse entendimento. Pode-se, inclusive, adotar KPI para monitorar esse entendimento. Sim, é um trabalho de formiguinha. Por isso, enquanto profissional voltada para a área de People Journey Design, sigo constantemente pensando em ações e oportunidades para alcançar as metas de resultados por meio da análise de dados disponíveis e envolvendo todas as áreas.

E, por fim, é importante dar personalização ao serviço de acordo com a natureza do negócio do cliente e com o perfil do consumidor. Assim, atendemos área de finanças, de educação, de saúde ou qualquer outro setor. É um trabalho integrado e que, invariavelmente, requer a inclusão de especialistas e fornecedores para buscar sempre esse entendimento das reais necessidades do consumidor, falando a linguagem dele e atuando na jornada de ponta a ponta.

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