Acidentes de trânsito no verão: atendimento especializado reduz risco de morte e sequelas
Especialista do Hospital 9 de Julho alerta que mesmo pessoas sem lesões aparentes devem procurar atendimento
As medidas de isolamento adotadas ao longo de 2020, por conta da pandemia, tiveram um impacto positivo no número de acidentes de trânsito. Com menos veículos em circulação nas cidades e diminuição na frequência de viagens de lazer, o Estado de São Paulo registrou queda no número total de acidentes no período, com 11 mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes.
No entanto, o mês de janeiro costuma registrar aumento de circulação de carros nas estradas. O auge do verão estimula um aumento nas viagens e, mesmo nesse ano atípico, exige mais atenção dos motoristas. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo, em janeiro de 2020 foram registrados mais de 13 mil acidentes de trânsito com vítimas, dos quais 406 resultaram em óbito.
Dr. Renato Poggetti, cirurgião em Trauma e coordenador do Centro de Referência de Trauma do Hospital 9 de Julho, afirma que, em acidentes de trânsito, o socorro rápido é fundamental para aumentar a chance de sobrevivência. “O primeiro atendimento profissional deve ser realizado em até uma hora após o incidente, para evitar complicações como sequelas graves e até mesmo a morte”, diz o especialista.
Após o socorro no local do acidente, o paciente deve ser levado a um hospital capacitado para o tratamento de casos urgentes. Nessa etapa, o atendimento precisa ser feito por profissionais especializados, com abordagem multidisciplinar, ágil e coordenada.
A pandemia de Covid-19 impôs mudanças também na resposta médica a traumas. Desde a chegada do novo coronavírus ao país, o atendimento emergencial a acidentes de trânsito, entre outros traumas, passou a contar com novos desafios – como a dificuldade em saber se o paciente está contaminado. “Para evitar que se contaminem, as equipes de trauma precisam trabalhar sempre com a possibilidade de que aquela pessoa esteja transmitindo o coronavírus e manter-se paramentada e alerta durante todo o tempo”, conta o especialista.
Dr. Renato Poggetti alerta que, mesmo em casos de acidentes de menor gravidade, no qual os envolvidos parecem não ter sofrido ferimentos, é necessário procurar um hospital especializado para avaliação profissional. “No trauma, nem sempre as consequências são visíveis e as vítimas podem estar com lesões internas, até mesmo com hemorragias graves com risco de morte. Por isso, é essencial buscar atendimento para realização de exames”, diz.