Alunos utilizam Minecraft para estudar impactos da tragédia de Brumadinho
Interatividade do jogo permite aos alunos uma visão completa dos danos e da necessidade de preservação do meio ambiente
Alunos do 3º ano do Ensino Fundamental – anos iniciais do Colégio Marista Glória, localizado na Zona Central de São Paulo (SP) – utilizaram o jogo Minecraft para recriar a tragédia ocorrida em Brumadinho. A atividade ofereceu aos alunos uma visão sobre os impactos naturais e sociais gerados com o rompimento da barragem, ampliando as discussões a respeito das consequências na biodiversidade local.
Além de pesquisar, os estudantes puderam simular, por meio do jogo, diversas maneiras de evitar novos transtornos, apresentando alternativas de como recuperar a área que sofreu o impacto. “A visão de criaturas extintas, mudanças naturais e o estudo sobre preservação dos animais e da natureza, além das alterações climáticas permitem simulações de comportamentos aliados à preservação”, explica o responsável pela Tecnologia Educacional do Colégio Marista Glória, João Carlos Rodrigues de Sino.
Neste processo, explica Sino, o professor mediador incentiva o aluno a confrontar fontes de uma pesquisa, a ser crítico, olhar por diferentes perspectivas e simular outros resultados. “Por outro lado, a tecnologia fornece alguns meios para amparar o professor, facilitando essa mediação e dando suporte para que ele possa atuar com cada aluno em seu desenvolvimento”, destaca .
O Minecraft é um jogo em que se posicionam blocos para construir cenários e mundos de forma infinita e com espaços abertos. De acordo com o site especializado em tecnologia TecMundo, em 2018, o Minecraft tinha 91 milhões de jogadores ativos e era o mais jogado do Ocidente, com mais de 150 milhões de cópias vendidas no mundo todo.
‘‘Temos utilizado cada vez mais essa ferramenta, para mostrar aos estudantes que é possível aprender despertando a curiosidade e o interesse’’, informa Sino.
Tragédia ambiental
O rompimento da barragem de Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019, resultou em um dos maiores desastres com rejeitos de mineração no Brasil. A barragem era controlada pela Vale S.A. e estava localizada no ribeirão Ferro-Carvão, na região de Córrego do Feijão, no município de Brumadinho, a 65 km de Belo Horizonte (MG). O rompimento resultou em uma catástrofe de grandes proporções, considerado como um desastre industrial, humanitário e ambiental, com mais de 220 mortos e diversos desaparecidos, gerando uma calamidade pública.