Antecipação automática de recebíveis das maquininhas é desafio para a organização financeira para pequenos e médios varejistas

Antecipação automática pode ser um fator de risco para as empresas devido às altas taxas

A antecipação automática de recebíveis é um serviço opcional que as maquininhas de cartão oferecem ao varejo. Uma pesquisa do Sebrae em junho de 2021 mostrou que 45% dos pequenos negócios brasileiros antecipam seus recebíveis de maneira automática. Com isso, o aumento da taxa básica de juros (Selic) deve levar os adquirentes a reprecificar o custo cobrado para a antecipação. Para Pedro Sônego de Oliveira, CEO e cofundador da TruePay, fintech que viabiliza a conversão dos recebíveis das maquininhas em capital de giro e sem custos, o empreendedor deve fugir da armadilha da antecipação automática.

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C Josias & Ferrer no JRS

Com a nova norma do Banco Central para registro e negociação de recebíveis de cartões que entrou em vigor em Junho deste ano, o varejo brasileiro passou a ter mais opções para utilizar esses valores, com taxas e condições mais competitivas. Essa é a proposta da TruePay, fintech que não só viabiliza, como garante o pagamento dos parceiros usando os recebíveis de cartão de crédito do lojista, aliviando a demanda de capital de giro e aumentando a saudabilidade da operação.

“Muitas vezes, o pequeno varejista nem sabe quão perversa é a dinâmica da antecipação automática – ele acha que está pagando uma taxa barata, mas quando vê está deixando de 8% a 10% da sua receita, e praticamente toda sua margem, com a adquirente”, alerta Oliveira.

No entanto, ao utilizar a plataforma da TruePay, o varejista pode usar seus recebíveis, que estão como saldo nas maquininhas, como forma de pagamento, ganhando mais limite para comprar de seus fornecedores e mais prazo, assim liberando capital de giro sem pagar nada por isso.

“A nova regulação permite que a gente traga ao mercado uma proposta que gera valor para o varejo e um ganho para o fornecedor, é ganha-ganha. Até agora, o varejista estava refém das maquininhas, que cobram taxas abusivas para antecipar um dinheiro que já era dele”, complementa o especialista.

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Por mais que a antecipação seja uma alternativa para manter o negócio girando, Oliveira alerta que, uma vez que o varejista se organiza com base no recebimento automático de todas as vendas à prazo, ele tem muita dificuldade de sair. Por isso, o uso estratégico dos recebíveis é fundamental para a saúde do negócio em tempos de organização financeira e os desafios econômicos atuais.

Para auxiliar o varejo na retomada econômica, o especialista separou algumas dicas para o varejista fazer o melhor uso da antecipação de recebíveis:

Analise a concorrência

Na guerra das maquininhas, esse serviço virou commodity devido à baixa diferenciação entre as soluções. Então, recomendamos que o cliente fale com as adquirentes concorrentes, mapeie as taxas e renegocie com a sua maquininha atual – a redução na taxa pode ser de até 70%.

Omissão

O pequeno varejista não entende que ele deixa uma parte importante do seu negócio para as adquirentes. Isso evidencia a enorme discrepância de informação entre os agentes: as adquirentes cobram um preço altíssimo para descontar um ativo que praticamente não tem risco, os recebíveis de cartão.

Prazos de vencimentos

Ao antecipar, procure utilizar as recebíveis com o prazo de vencimento mais curto. Antecipar vendas parceladas em muitos meses encarece o processo.

Diversifique as opções de pagamento

Outra coisa importante que pode ajudar é reduzir a participação das vendas à prazo. Oferecer sempre o pagamento à vista, preferencialmente no débito ou Pix.

Problema comportamental

Uma vez que o varejista se organiza com base no recebimento automático de todas as vendas à prazo, ele tem muita dificuldade de sair dessa armadilha, pois ele começa a operar uma dinâmica financeira antecipada. Para mudar isso, ele vai precisar descasar as entradas e saídas, gerando um furo no seu fluxo de caixa e capital de giro. É muito mais fácil evitar cair nessa armadilha, do que sair dela.

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