Apenas 14% dos consumidores entendem o conceito de Open Banking
Informação consta na última pesquisa NPS Prism para bancos realizada pela Bain & Company
Mesmo após o início da fase de compartilhamento de dados cadastrais e transacionais com consentimento pelos usuários frente às instituições financeiras, em 13 de agosto do ano passado, apenas 14% dos brasileiros afirmaram conhecer ou entender o conceito de Open Banking. A informação consta da última pesquisa NPS Prism para bancos realizada pela Bain & Company entre julho e setembro de 2021, com aproximadamente 8.500 respondentes. O levantamento mostrou que 47% já ouviram falar da iniciativa, mas não entendem do que se trata.
Embora o percentual de conhecimento da iniciativa seja baixo, o chamado “awareness” do Open Banking cresceu em relação à pesquisa anterior realizada pelo NPS Prism no primeiro trimestre de 2021. À época, apenas 5% dos brasileiros ouvidos afirmaram conhecer e entender sobre o conceito. Também diminuiu o montante de pessoas que nunca tinham ouvido falar da iniciativa do Banco Central – saindo de 65% nos três primeiros meses do ano para 39% na pesquisa mais recente.
De acordo com o estudo, os investimentos das instituições financeiras miram na disseminação do conceito, mas não no aprofundamento sobre os impactos para o cliente final, o que gera dúvidas acerca de seus benefícios para o consumidor. “A compreensão do conceito de Open Banking é maior em clientes de alta renda, com quase 26% dos respondentes afirmando entender do que se trata no 3º trimestre deste ano”, destaca Luiza Mattos, sócia da Bain & Company. “É um aumento significativo sobre o índice de 13% entre os clientes de alta renda registrado no primeiro trimestre”, acrescenta.
A pesquisa também evidenciou que o conhecimento do Open Banking pelos consumidores é decisivo na intenção de compartilhamento dos dados, de modo que quem entende o que é a iniciativa tem o triplo de probabilidade de compartilhar os dados financeiros. Os dados apurados pela última pesquisa do NPS Prism mostraram que dentre as pessoas que entendem o conceito, 63% deles tem interesse em compartilhar seus dados financeiros. Já entre os que nunca ouviram falar sobre, apenas 20% dos respondentes teriam intenção de compartilhar seus dados.
Clientes querem benefícios financeiros e melhor atendimento
A pesquisa NPS Prism, da Bain & Company, também quis compreender a percepção dos consumidores sobre quais benefícios gerariam mais engajamento para adotar o compartilhamento de dados. De acordo com o estudo, as expectativas por “benefícios financeiros” e “melhor atendimento dos bancos/instituições financeiras” continuam na liderança entre as razões para autorizar o uso dos dados, com 58% e 48% dos respondentes, respectivamente.
Já dentre as razões para não autorizar o compartilhamento de dados, a pesquisa mais recente apontou que a falta de conhecimento continua sendo o principal motivo, com 49% dos respondentes indicando que precisam se informar melhor para decidir. Além disso, pontos como “estou satisfeito com meus atuais bancos/instituições financeiras” e “não quero que tenham acesso aos meus dados financeiros” foram as demais razões sinalizadas, com 38% e 36%, respectivamente.
Engajamento diferente para públicos distintos
O estudo também mostrou que diferentes estratégias são necessárias para engajar diferentes públicos, de modo que clientes de alta e de baixa renda possuem interesses distintos. Isso porque, de acordo com a pesquisa, ofertas específicas podem fazer mais sentido para um determinado perfil do que para outro, impactando a intenção de compartilhar os dados.
Para os brasileiros de alta renda, o NPS Prism mostrou que “melhores condições de investimento”, “cashback nas compras do cartão” e “aumento no limite do cartão” são os principais benefícios que os fariam mudar de ideia e compartilhar seus dados, todos com 26% dos respondentes – uma tendência clara de busca por maximização de ganhos e de oportunidades.
Já entre os brasileiros de baixa renda, “aumento no limite do cartão” é o principal fator com 34% dos respondentes, seguido de “cashback nas compras do cartão” com 27% e “descontos em lojas parceiras” com 23%, com um foco maior em ampliação da capacidade de compra diante do cenário econômico mais instável.