Brasil amplia qualidade da assistência à saúde bucal, segundo o IESS
Levantamento inédito ressalta profissionalização do setor e mais acesso ao beneficiário
O brasileiro está mais preocupado com a saúde bucal. É o que consta na pesquisa inédita “Painel da Odontologia Suplementar (2011 a 2017)”, elaborado pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). De acordo com o levantamento, as ações preventivas nessa área foram as que mais aumentaram no intervalo analisado, passando de 27,8 milhões em 2011 para 71,4 milhões em 2017.
Segundo Luiz Augusto Carneiro, superintendente executivo do IESS, os números demonstram dois movimentos recentes. “O aumento do número de vínculos em planos coletivos empresariais de assistência exclusivamente odontológica mostra que cada vez mais empresas têm oferecido esse benefício aos colaboradores. Além disso, a quantidade de procedimentos preventivos reforça que o brasileiro tem cuidado cada vez mais de sua saúde bucal”, comenta. “O total de ações de prevenção mais do que dobraram no período analisado”.
A publicação mostra claramente os pontos citados por Carneiro. No intervalo em destaque, o número de beneficiários de planos exclusivamente odontológicos aumentou quase 9 vezes em 17 anos, passando de 2,6 milhões de vínculos em 2000 para 22,6 milhões em 2017, crescimento majoritariamente superior ao dos planos de assistência médico-hospitalar.
Os números da recente Nota de Acompanhamento de Beneficiários (NAB) pontuam que o mercado de trabalho tem oferecido esse benefício com mais frequência. “De acordo com nosso levantamento, a representatividade de planos coletivos empresariais (aqueles oferecidos pelas empresas aos seus colaboradores) no total do mercado saltou de 29,1%, em 2000, para 73,3% em dezembro de 2018”, comenta Carneiro. A ação busca atrair e reter talentos, combater absenteísmo e, consequentemente, melhorar a produtividade da empresa.
Com o aumento do número de beneficiários, a taxa de cobertura dos planos exclusivamente odontológicos cresceu 10,1 pontos porcentuais nos últimos dez anos, totalizando 11,6% da população brasileira em dezembro de 2017. Nesse último ano analisado no painel, R$ 1,5 bilhão foram gastos com assistência à saúde dos beneficiários nesta modalidade, um aumento de 6,8 pontos porcentuais quanto comparado com 2011.
Desse total, R$ 421 milhões, ou 27,4%, foram gastos com procedimentos preventivos; R$ 189 milhões, 12,3%, com consultas odontológicas iniciais; R$ 140 milhões, o que representou 9,1% com próteses odontológicas; e o restante, ou seja, 51,1% foram para exodontias simples de permanentes, próteses odontológicas e demais procedimentos.
A publicação ainda mostra a ampliação da profissionalização e crescimento desse setor. “Mesmo com o aumento da qualificação exigida pelo IDSS (Índice de Desempenho da Saúde Suplementar) em 2016, cerca de 40% das operadoras exclusivamente odontológicas analisadas estavam na faixa mais alta de desempenho (0,8 a 1,0)”, ressalta o executivo. Por meio desse índice, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) avalia o desempenho das operadoras a partir de indicadores próprios. Em 2009, apenas 7% das operadoras estavam na faixa mais alta.
“De um lado, a pesquisa mostra um desenvolvimento claro do setor tanto em números quanto qualitativamente, o que justifica a ampliação da busca por parte das empresas ou das famílias. Até mesmo em função dos preços mais acessíveis. De outro, também demonstra o elevado potencial para seguir em expansão, já que a cobertura ainda representa aproximadamente metade dos planos médico-hospitalares”, conclui Carneiro.
Segundo a Pesquisa IESS/Ibope de 2017, 79% dos beneficiários de planos odontológicos estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com seus planos, 87% dos entrevistados afirmaram pretender “com certeza” ou “provavelmente” permanecer com o plano já contratado e 81% recomendariam “com certeza” ou “provavelmente” o plano odontológico que possuem para um parente ou amigo.