Brasilprev tem alta de 32 % nos depósitos
Tendência é de crescimento desse segmento do mercado de fundos para os próximos anos
A Brasilprev, empresa de previdência privada que tem entre seus acionistas o Banco do Brasil, registrou um crescimento de mais de 30% no saldo de depósitos e espera alcançar R$ 200 bilhões em ativos totais este ano. Para isso, conta com a arrecadação extra que tradicionalmente ocorre em dezembro, quando os mutuários aproveitam o décimo terceiro salário para fazer contribuições adicionais e conseguir um maior abatimento no Imposto de Renda.
Na avaliação de Paulo Valle, presidente da Brasilprev, a tendência é de crescimento desse segmento do mercado de fundos para os próximos anos. E o debate sobre a reforma da Previdência, diz, deve estimular a busca por fontes de renda alternativas para o futuro. Para isso, afirma, é necessário uma maior conscientização da sociedade:
“As discussões vão permitir que mais trabalhadores entrem na previdência privada. Mas é uma mudança de cultura. Precisamos massificar a previdência complementar no país e esse (conscientização) é o caminho mais rápido”.
A Brasilprev tem como acionistas a BB Seguridade e a americana Principal. No final de outubro, contabilizava R$ 188,3 bilhões em ativos, crescimento de 32% ante o mesmo mês de 2015, o que lhe dá uma participação de 30% do mercado de planos complementares no país.
Segundo Valle, um dos desafios para o crescimento da previdência complementar no Brasil é fazer com que as empresas participem desse processo, oferecendo planos aos empregados. Atualmente, há um estímulo fiscal para as empresas que oferecem planos complementares aos seus funcionários e fazem contribuições, podendo abater esse valor dos tributos a pagar. No entanto, apenas grandes empresas podem aderir a esse sistema. Para que o benefício se estenda às pequenas e médias, é necessário uma alteração na legislação. “Estamos formulando uma proposta que vamos encaminhar ao governo por meio da associação do setor, a Fenaprevi”, disse.
Por isso, no Brasil os planos individuais, em que o cidadão adere por opção própria, respondem por 90% dos participantes da previdência complementar. Nos EUA, a maior participação vem de planos empresariais, o que leva os trabalhadores a começarem a contribuir mais cedo.
Segundo a Brasilprev, a idade média para início das contribuições aqui é de 41 anos. Quanto mais tarde se começa a contribuir, maior o aporte mensal necessário para assegurar uma renda razoável na aposentadoria.