Cancelamento das festas de réveillon pode ter mais a ver com jogos políticos do que com saúde pública

Janiel Kempers, publicitário e especialista em marketing político, comenta as decisões dos governos nordestinos diante do novo cenário com a variante Ômicron

O avanço da variante Ômicron na África e na Europa chamou atenção do mundo inteiro pela agressividade da nova cepa. A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou que a variante apresentava ‘risco muito alto’ para o mundo. Mesmo antes da nova cepa ser confirmada no Brasil, governadores de diversos estados começaram a debater sobre a realização ou não das tradicionais festas de réveillon.

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Atualmente, com 3 casos de Ômicron confirmados no Brasil, mais de 10 cidades brasileiras cancelaram as festas de fim de ano. Fortaleza, no Ceará, foi a primeira delas e o governador Camilo Santana (PT), emitiu a decisão de que no estado estão proibidas as realizações de grandes eventos de ano novo. “A atuação do governadores estaduais, principalmente Camilo Santana do Ceará e Flávio Dino do Maranhão, durante a pandemia, se pautou muito em defender a saúde do povo de seus estados e encabeçaram grupos de trabalhos com outros governadores a fim de promover o bem comum”, afirma o publicitário e especialista em marketing político, Janiel Kempers.

Antônio Janiel Lima dos Santos é um jornalista e publicitário natural do Maranhão / Divulgação
Antônio Janiel Lima dos Santos é um jornalista e publicitário natural do Maranhão / Divulgação

De acordo com o especialista, parte das ações políticas realizadas no período da pandemia foram feitas visando o pleito eleitoral de 2022. “O que vimos, foi uma troca de farpas entre alguns governadores e o Presidente da República, Jair Bolsonaro que, por outro lado, gastou mais tempo revidando os ataques do que propriamente tentando minimizar os efeitos da Covid-19”, opina.

Janiel conta que a quebra de expectativa da população sobre a possível volta dos eventos aconteceu devido a liberação parcial das atividades que gerou uma comemoração antes do problema ser controlado definitivamente. “Agora os estrategistas por trás dos líderes políticos estudam o que é pior: cancelar tudo ou liberar, o que tem mais peso?”, questiona.

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Para o publicitário, em meio a decisões políticas bagunçadas para suprir as expectativas da eleição do ano que vem, quem pode sair perdendo é o povo. “Nesse jogo político para 2022, pouco se vê de fato, sobre o risco que a saúde pública corre”, pontua.

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