CNseg promove debate sobre os desafios da retomada

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Marcio Coriolano conversa com economistas Luiz Roberto Cunha e Pedro Simões no canal da CNseg no YouTube

Um país que flerta com a recessão desde 2017 em virtude de diversos fatores – o mais recente é a pandemia e suas consequências não só econômicas, mas também sociais amplificadas- e os efeitos disso na atividade seguradora são os temas centrais de conversa que reúne, no canal da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg) no YouTube, o Presidente Marcio Coriolano e os economistas Luiz Roberto Cunha, Professor de Economia e Decano do Centro de Ciências Sociais da PUC-Rio; e Pedro Simões, da CNseg, ambos integrantes do Comitê de Estudos de Mercado da CNseg.

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Segundo Marcio Coriolano, apesar de a economia estar em situação difícil desde 2017 e dos efeitos distintos na indústria, comércio e serviços, o setor segurador, até 2019, apresentou taxas significativas de crescimento. Mas saiu da casa de dois dígitos de crescimento para 1,3% no ano passado, em consequência dos danos múltiplos causados pela pandemia. Nos últimos anos, de acordo com o Presidente da CNseg, o setor constatou um revezamento na liderança das vendas entre os seguros Pessoais e os de Danos e Responsabilidades, que reassumiram o comando durante a pandemia. Para Pedro Simões, existe uma relação direta com o fato de as vendas de seguros corporativos terem apresentado maior resiliência que as de modalidades voltadas para pessoas físicas na pandemia.

Na conversa, os três participantes refletem ainda sobre o avanço da inflação brasileira e dos juros básicos no País, mesmo em um ambiente de contração da economia brasileira, discutem os efeitos de um crescimento mais acelerado da economia mundial a partir do segundo semestre do ano, contrapondo-se à perspectiva de uma evolução do PIB nacional incapaz de recuperar as fortes perdas causadas pela pandemia.

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Segundo Pedro Simões, o recente recrudescimento da pandemia no País é mais uma variável que amplia as incertezas, pelo risco de promover uma contração da atividade econômica por todo o primeiro semestre -, algo que confirmado colocará o País na chamada recessão técnica. Na análise dos três participantes, o Brasil, contudo, deverá crescer este ano (3,4%, por ora), graças a um efeito estatístico produzido pela severa recessão de 2020- PIB caiu 4,1%, mas a taxa, apesar de positiva, continuará ruim, por ficar abaixo da queda do ano passado.

De acordo com o Professor Luiz Roberto Cunha, avançar nas reformas estruturais é a melhor resposta para sinalizar aos investidores de que o Brasil tem potencial econômico, será capaz de controlar a pandemia e cumprir a promessa de ampliar a desburocratização, melhorando sua posição no Doing Business – lançado em 2002. Trata-se de um índice de classificação que examina as pequenas e médias empresas nacionais e analisa as regulamentações aplicadas a elas durante o seu ciclo de vida. Faz parte da unidade de indicadores globais do Banco Mundial.

“A perspectiva de forte aceleração da economia global, liderada pelos Estados Unidos, China, Ásia e com algum atraso pela União Europeia, contribuirá para puxar os preços das commodities brasileiras, como soja, milho e minério de ferro, contribuindo para o aquecimento da atividade interna. Mas existe o risco de contaminação dos preços domésticos, criando mais desafios para o Banco Central controlar a inflação”, avalia Coriolano.

O viés de alta da inflação, que poderá chegar aos 7% ou 8% no acumulado de 12 meses entre junho ou julho, exigirá juros maiores para evitar o descontrole de preços. Os juros maiores ajudam o setor segurador a melhorar seu resultado financeiro, cujos ganhos se tornaram desafiantes em sua trajetória até o piso de 2% da Selic, em contrapartida podem produzir alguma desaceleração na atividade econômica, afetando o desempenho operacional.

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