Com participação especial de Maria da Penha, Sou Segura promove evento sobre violência contra a mulher

A Sou Segura promoveu, nesta quinta-feira (08), no Rio de Janeiro, encontro sobre o tema “Violência contra a mulher – prevenção e enfrentamento”. O evento contou com participação especial de Maria da Penha Maia Fernandes, ativista que se tornou um símbolo na luta contra a violência doméstica no Brasil, após sobreviver às tentativas de homicídio por parte de seu então marido, Marco Antonio Heredia Viveiros. A sua história deu origem à Lei 11.340/06, conhecida como “Lei Maria da Penha”, que completou 18 anos de vigência na quarta-feira (07 de agosto). Ela gravou um depoimento em vídeo narrando sua trajetória de luta contra a violência doméstica.

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O encontro foi aberto pela presidente da Sou Segura, Liliana Caldeira, que lamentou o fato de a violência contra a mulher continuar avançando no Brasil, mesmo com a vigência da “Lei Maria da Penha” e da maior conscientização da sociedade sobre esse problema. “Há, de fato, um aumento de todos os tipos de violência contra a mulher. Então, a Sou Segura tem a missão de falar sempre dessa questão da vulnerabilidade feminina”, pontuou. Ela acrescentou ainda que “não há classe social imune” da violência contra a mulher, que permanece se disseminando em toda a sociedade.

Moderadora do bate-papo, a consultora da ONU Mulheres e fundadora da CMI Business Transformation, especializada em Experiência do Cliente, ESG e Diversidade & Inclusão, Maristela Ianuzzi, lembrou que o Brasil, “há muitos anos”, figura entre os cinco países com o maior número de registros de violência contra a mulher e de feminicídios. “Vivemos, na verdade, uma pandemia que mata mulheres diariamente”, alertou. Segundo a consultora, “qualquer mulher brasileira” está sujeita a diferentes tipos de violências, e listou um ciclo que começa sorrateiro e silencioso, com a violência psicológica, passa para a violência patrimonial, depois sexual e, por fim, física. “O feminicídio é apenas a ponta desse iceberg”, ressaltou.

Por sua vez, o desembargador Wagner Cinelli revelou que a violência contra a mulher sempre foi constante nas ações que chegavam às comarcas em que atuou, no interior do Rio de Janeiro. “É, de fato, uma pandemia de agressões, que aguçou minha sensibilidade sobre essa questão”, sublinhou o magistrado.

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Por fim, a vice-presidente de Recursos Humanos da Tim, Maria Antonieta Russo, disse que a violência contra a mulher aumentou após a pandemia. Na visão dela, essa não é uma “pauta fácil” para se trabalhar. “Quando cheguei ao Brasil, vindo da Itália, era a única mulher na diretoria da TIM. Criei, então, uma unidade voltada para a inclusão. Hoje, a empresa está entre as quatro mais inclusivas do mundo”, informou a executiva.

Reconhecida por seus compromissos públicos com a agenda de gênero, a TIM lançou, no final do ano passado, uma iniciativa de apoio às mulheres, que combina tecnologia e o alcance da sua estrutura comercial em prol do combate à violência. As lojas da operadora passaram a ser pontos de referência para mulheres em situações de perigo, oferecendo conexão a uma rede de apoio.

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