Com R$ 250 milhões, grupo de MG quer reabrir hospital de 154 anos com hotel e shopping em Porto Alegre
Projeto também prevê uma faculdade com cursos de saúde no complexo
A AFC Holding, empresa sediada em Minas Gerais, planeja investir mais de R$250 milhões para reabrir o Hospital Beneficência Portuguesa, que fechou devido a uma grave crise financeira e está completando 154 anos. Segundo informações da GZH, a empresa pretende construir ao lado do hospital um complexo que incluirá hotel e shopping.
Enquanto avança com o projeto, a empresa, que adquiriu a clínica por R$41 milhões, está trabalhando para resolver questões judiciais relacionadas ao leilão. Uma decisão judicial inicial chegou a anular a venda argumentando que o valor era baixo, no entanto, o grupo mineiro obteve uma liminar favorável nesse sentido.
Mauro Borges, diretor-técnico da AFC Holding, em entrevista ao podcast Nossa Economia da GZH, informou que o projeto tem potencial para criar 1,8 mil empregos diretos e mais 8 mil indiretos. “Queremos que a Beneficência volte a ser de referência, e para isso pensamos em 350 leitos neste primeiro estudo, com o instituto de educação em saúde, com pesquisa, que tenha graduação, eventualmente pós-graduação nas áreas médicas. Não só medicina, mas farmácia, enfermagem, fisioterapia e biomedicina na escola. Também prevê uma torre alta com lajes corporativas e hotel, um estacionamento com 2 mil vagas. E na base, um shopping center, mantendo aquela área linda, onde está o museu e a igreja,” destaca.
Ao ser questionado sobre o andamento do processo de compra do hospital, o executivo informou que a posse já está com eles. “Vencemos o leilão, metade do valor já está pago. Agora, nosso objetivo é pensar no projeto, que é importante para a comunidade. Ainda pode haver recurso em outras alçadas, mas o advogado da empresa vê como remota a chance de revogar. É importante para a cidade e o Estado que se resolva logo. Nasci e trabalhei na Beneficência Portuguesa, me criei em Porto Alegre, vejo há 30 anos a dificuldade do hospital, que terminou do jeito que vimos. É uma instituição querida, está na hora de arrumarmos e fazermos o hospital voltar a funcionar, principalmente no momento em que se precisa de investimento”, finaliza.
A empresa está trabalhando com agilidade para reabrir o hospital, com previsão de quatro a cinco anos após as autorizações concedidas por possuir uma instituição de ensino. Mauro conta ainda que, na empresa anterior em que operava, foi possível construir o Hospital Humaniza, na Ramiro Barcelos, em um ano, durante a pandemia.