CSP-MG e FenaPrevi debatem reforma da Previdência e os impactos no mercado
Encontro foi realizado nesta quarta-feira, em Belo Horizonte
A reforma da Previdência Social e os desdobramentos das novas regras para o mercado de seguros. Esse foi o tema da palestra magna que o presidente da FenaPrevi, Jorge Nasser, proferiu durante o 6º Encontro do Clube de Seguros de Pessoas de Minas Gerais (CSP-MG). O evento lotou o auditório da ACMinas, no dia 27 de março, em Belo Horizonte.
“A reforma da Previdência não é mais um tema do futuro. Não se questiona a necessidade de mudanças no sistema, mas sim qual é o modelo de reforma a ser feita no sentido de garantir a aposentadoria de milhões de brasileiros”, constata.
Segundo Nasser, o atual regime de repartição simples, no qual quem contribuiu paga os benefícios dos que já estão aposentados, não se sustenta mais, devido ao envelhecimento da população. Nesse sistema de financiamento não há formação de reservas.
“Quando foi implantado o chamado pacto de gerações, há décadas, para cada 15 contribuintes ativos havia um aposentado. Em 2016, o número caiu: 9 para 1. Já em 2060, a previsão é que haverá apenas dois brasileiros financiando o benefício de um aposentado”.
O dirigente da FenaPrevi alerta: “vivemos um momento crucial que requer o comprometimento de todos entes da sociedade. Precisamos encontrar a melhor saída para assegurar as conquistas sociais dos brasileiros”.
Nova Previdência
De acordo com Jorge Nasser, a Federação participa ativamente das discussões sobre a reforma, tendo apresentado à equipe econômica do governo a proposta “Uma Nova Previdência para Novos Brasileiros”. O modelo valeria para os trabalhadores nascidos a partir de 2005, que ingressassem no mercado de trabalho a partir de 2020.
“A indústria de seguros pode contribuir muito com o debate. Devemos difundir a necessidade da formação de poupança previdenciária para os brasileiros. E os seguros de pessoas, entre eles a previdência privada, são importantes instrumentos de proteção social”, ressalta.
Neste cenário, frisa Nasser, os corretores de seguros assumem o papel de protagonistas. Segundo o dirigente, “entra em cena” a figura do corretor ativo, atuante, que se moderniza, busca novas tecnologias a fim de prestar o melhor serviço ao cliente.
Desafio
“Costumamos dizer que o grande desafio do corretor atualmente é ser digital em processos, mas analógico no relacionamento com os clientes. Esse comportamento fará a diferença frente à atual conjuntura e à oferta de novos produtos ao consumidor”, acrescenta.
Após a palestra, o presidente da FenaPrevi e lideranças do mercado participaram de debate e responderam às perguntas dos participantes.
O presidente do CSP-MG, João Paulo Moreira de Mello, destaca que o evento cumpriu seu objetivo: envolver os corretores, beneméritas, seguradores e autoridades do setor nas discussões em torno da reforma previdenciária.
“Jorge Nasser expôs de forma clara e precisa a necessidade de mudanças na Previdência e o papel do mercado nesse processo. É importante que os corretores se especializem, estejam preparados para ofertar à população produtos de proteção à renda e de coberturas de risco. Certamente o cliente está muito mais sensível para ouvir o que o setor tem a oferecer em complemento à previdência pública”, conclui.