Demanda por crédito cresce 38% em desde o início da pandemia

Indicador medido pelo INDC mostra recuperação na comparação mensal
A demanda por crédito no mês de março registrou alta de 38% em relação a igual mês de 2020. Em relação a fevereiro, o aumento foi de 2%, revertendo uma queda de 9% (-) na mesma base mensal de comparação. Os dados são do Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC). O indicador mede mensalmente o número de solicitações de financiamentos nos segmentos de varejo, bancos e serviços.
“Este é o primeiro comparativo que temos desde o início da pandemia. Em março do ano passado, inclusive, tivemos bandeiras vermelhas em algumas capitais importantes”, lembra o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa. Segundo ele, duas coisas que explicam o crescimento do crédito nestes últimos 12 meses. A primeira é que, apesar de estarmos em plena segunda onda da pandemia que requer novos distanciamentos sociais, eles estão ocorrendo de forma mais leve. A segunda é que houve uma adaptação do mercado que está mais preparado e, portanto, bem menos vulnerável do que se mostrava no início da pandemia. “Muitas redes passaram a usar mais tecnologia e a realizar a concessão de crédito de forma online”.
No mês passado, os destaques ficaram por conta de Bancos e Financeiras, que puxaram o indicador com alta mensal de 4%. Foi seguido por Varejo, com 2%. O único a registrar queda em março ante fevereiro foi Serviços (-19%). “O segmento de serviços vinha numa toada de forte crescimento e esse recuo pode estar relacionado a uma acomodação do movimento, além de ser um segmento bastante afetado pelas medidas restritiva da pandemia”, diz Costa.
Na base anual, Serviços lidera o crescimento com alta de 99% na comparação com março de 2020. Bancos e Varejo também registraram crescimento considerável, de 30% e 58%, respectivamente.
Apesar da crise sanitária, Costa destaca que o indicador mostra manutenção da tendência de recuperação desde o início da série em janeiro de 2020. “Há uma expectativa do Banco Central de crescimento de 8% do mercado de crédito e entendemos ser uma projeção perfeitamente viável”, observa Costa.
O INDC traz ainda como destaque a alta de financiamentos para compra de móveis e eletroeletrônicos, únicos a registrar avanço, com crescimento de 52% e 83%, respectivamente, em relação fevereiro; e de 76% e 282% frente a março do ano passado. Embora supermercados tenha registrado queda de 25% (-) na base mensal, houve alta de 46% em relação a março de 2020. Para Costa, o movimento pode estar relacionado à tendência de o brasileiro investir mais no lar. “Com o advento da pandemia, muitos estão buscando reformar sua casa e adquirir mobiliário e eletroeletrônicos que aumentem seu conforto”, afirma.