Diálogo para um ambiente de transformações
Alexandre Camillo, Superintendente da Susep, concede entrevista especial ao programa Seguro Sem Mistério
No final de 2021 um fato realmente marcante deu uma guinada no relacionamento entre os órgãos de supervisão, entidades representativas e o ecossistema de seguros como um todo em todo o território nacional. Mais uma vez, um profissional da corretagem de seguros chegou à posição de Superintendente da Superintendência de Seguros Privados (Susep). Alexandre Camillo, é corretor de seguros e atua no mercado há mais de quatro décadas. Além da presidência do Sindicato dos Corretores de Seguros do Estado de São Paulo (Sincor-SP), função que exerceu até 10 de novembro do ano passado, Camillo ocupava, desde 2015, o cargo de vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor) na região Sudeste.
“Infelizmente, por vezes, não se tem a exata compreensão do papel fundamental do corretor de seguros para traduzir o mercado e dar voz ao consumidor. Este profissional é quem luta pela melhora nos produtos, por um atendimento melhor, por um preço mais equilibrado ou qualquer coisa neste sentido, assim como as coberturas mais adequadas”, comenta Camillo em entrevista especialmente concedida aos jornalistas Júlia Senna Carvalho e William Anthony no programa Seguro Sem Mistério. “Partindo deste pressuposto, a Susep se coloca como tendo o consumidor no centro das discussões”, acrescenta o Superintendente que iniciou sua jornada no universo do seguro em uma empresa seguradora e possui destaque na liderança política setorial e até mesmo partidária. “Acredito que essa soma de vivências será muito bem aplicada na Susep, mas – fundamentalmente – a experiência da bagagem que trago enquanto corretor de seguros e acerca da representação do consumidor”, cita.
Projeção para 2022
As sínteses mensais da Susep apontavam, até novembro de 2021, crescimento superior a 13% no setor de seguros em relação ao mesmo período do ano anterior. “Se a gente olhar especificamente para o setor de seguros, o consumidor hoje tem outra visão sobre os produtos desta indústria”, comenta Alexandre Camillo ao citar questões como a reforma previdenciária e também a chegada da pandemia do novo coronavírus. “O seguro é o melhor instrumento para auxiliar na questão de reposição de perdas e mitigação de riscos. Enxergo o mercado com viés de expectativa muito favorável, independente da evolução da economia brasileira. Fora isso, soma-se o avanço tecnológico, a capacidade de se ampliar informação e conhecimento ao consumidor dos produtos de seguros. Para aumentar a penetração do seguro é necessário aumentar sua densidade e, por isso, é fundamental que a população tenha cada vez mais conhecimento sobre produtos de seguros para atender suas necessidades”, vislumbra o representante do órgão de supervisão do mercado brasileiro de seguros. “Outra de minhas grandes missões aqui na Susep é aproveitar o dinamismo do mercado, chamando os atores para o diálogo para que a gente não perca essa oportunidade de termos um 2022 muito profícuo para o setor”, explica.
Relacionamento entre as entidades do setor
“Tenho a convicção de que o mercado não tem dono. Entendo que o diálogo promovido entre os agentes do setor é que vai nos levar a maior assertividade frente ao entendimento das necessidades do consumidor, assim como levar preços que coloquem este consumidor receptivo a oferta de produtos e consigam contemplar suas necessidades. Se não houver um entendimento claro diante de todas as transformações pelas quais estamos passando você fica receoso, inseguro. Ou seja, fica refratário às mudanças. Essa possibilidade de novas ações e tudo mais exigem o diálogo mais do que nunca. Nesses meus mais de 40 anos atuando no mercado de seguros, eu tenho construído uma imagem de diálogo, de conciliação no mercado e, neste sentido, convido para que todos os agentes do setor possam – de fato – considerarem essa proposta. Entendo isso como uma excelente oportunidade também para o mercado de seguros, consequentemente para nós e nossos consumidores lá na ponta”, acrescenta Camillo.
Inovação no setor de seguros
Camillo cita que os produtos de seguros têm de aproveitar o melhor da tecnologia sem esquecer de aderir ao movimento de transformação digital de maneira humanizada. “Muitos têm me abordado sobre a questão da inovação. Tenho dito que a renovação é necessária e a inovação vem a reboque da evolução e das transformações da humanidade. Vivemos um ambiente de muitas transformações e a Susep é um agente de transformações. Vivemos uma série de atualizações de regulamentações através de diversas circulares e demais dispositivos como o Sandbox, a chegada das insurtechs no mercado, e o movimento já iniciado do Open Insurance”, pondera o Superintendente da Susep. ”Talvez o melhor, neste momento, que a gente possa produzir aqui é consolidar e corrigir um pouco a rota de certas situações, sempre pensando no objetivo de levar conhecimento às pessoas de que o seguro pode melhorar suas vidas através de garantias que se traduzem em tranquilidade presente e futura”, menciona.
“A gente se encontra em um momento pautado pelas transformações. Reafirmo meu compromisso de promover essas mudanças, como representante do órgão de supervisão do mercado, sempre pautado no diálogo. São os agentes do setor quem entendem melhor as soluções e precisamos justamente extrair o melhor de todas essas situações”, reforça o Superintendente Camillo. O novo chefe da Susep explicita, mais uma vez, perspectivas muito boas para o mercado segurador diante do momento atual. “Com a confiança, o apoio de todos, o entendimento e o tempo necessário para que a gente possa cumprir o papel frente a autarquia e o mercado, mais do que nunca, cumprir seu brilhante papel de oferecer proteção à sociedade brasileira”, conclui.
Entrevista especial de Alexandre Camillo no programa Seguro Sem Mistério
O programa Seguro Sem Mistério promoveu recentemente uma entrevista especial com o superintendente da Susep, Alexandre Camillo. Aproveite para assistir novamente, deixar seus comentários e feedbacks.