Drones, seguro e responsabilidade nas alturas

RC obrigatório movimenta mercado e auxilia no cumprimento de regras

Os criadores dos drones não imaginavam que essas pequenas aeronaves não tripuladas fariam parte da sociedade como percebemos atualmente. Essas máquinas voadoras, originalmente idealizadas para fins militares, são frequentemente vistas sendo utilizadas em projetos audiovisuais profissionais e até por cidadãos comuns para registrar imagens aéreas.

Publicidade

Carlos Polizio é diretor de Aero, Casco e Transportes do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre

De acordo com a feira DroneShow Latin America, que reúne fabricantes, importadores, prestadores de serviços, desenvolvedores e provedores de tecnologia, das 720 empresas que atuam com atividades ligadas à drones no Brasil, a maioria tem menos de 20 anos de existência e 87,6% são de prestadoras de serviços e oferecem treinamento. 

Com o crescimento do uso nos últimos anos, algumas características tornam necessárias a existência de uma legislação. Tendo em vista as regras da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para operações civis de aeronaves não tripuladas, que completaram um ano no mês de maio, também se torna necessário um produto de seguro específico para a atividade. “A regulamentação trouxe a necessidade do operador profissional contratar seguro de Responsabilidade Civil e este profissional também passou a querer proteger seu patrimônio diante dos elevados valores dos equipamentos embarcados”, explica o diretor de Aero, Casco e Transportes do Grupo Segurador Banco do Brasil e Mapfre, Carlos Polizio.

Para o uso profissional de drones, a contratação do seguro de Responsabilidade Civil (RETA) é obrigatória e possui limites pré-fixados e aprovados pela Anac e pela Superintendência de Seguros Privados (Susep). “Este seguro está relacionado a danos causados pelo equipamento a terceiros. Caso haja necessidade do operador contratar limite superior ao seguro obrigatório, ele poderá contratar apólices específicas com limites em excesso ao obrigatório e conforme sua necessidade”, comenta.

Publicidade
Icatu Seguros no JRS

Outra opção de seguro é o de proteção ao equipamento, ou seja, para danos. “Este seguro consiste na reposição do valor do equipamento após sinistro de perda parcial e/ou perda total. Quando falamos em equipamento devemos considerar o drone (chassi), bem como o equipamento que esteja instalado no Drone (câmera e demais acessórios do conjunto)”, elucida.

Fernando Pitol trabalha com imagens aéreas através de drones desde 2015

O autônomo Fernanda Pitol, de 37 anos, trabalha profissionalmente com drones desde 2015. Seu foco de voo é voltado ao mercado imobiliário, com materiais de imóveis para venda, análises de áreas, mapeamentos, institucional e imagens gerais de praias. “Em algumas situações também utilizo para segurança patrimonial, empresas grandes e em alguns eventos que precisam cuidar o perímetro da empresa em determinadas épocas”, conta.

O seu equipamento é homologado pela Anatel e Anac e conta com seguro desde fevereiro deste ano, que abrange cobertura sobre terceiros para eventuais imprevistos. Ele considera que o valor pago, em torno de R$ 700 reais/anual, condiz com a tranquilidade que proporciona. “Já houve queda em meu exercício profissional, mas como respeito as regras, não houve feridos, somente danos materiais. Bateu em um pássaro e caiu de uns vinte metros”, narra.

Tendo como parâmetro a sua vivência profissional, Pitol alerta para a quantidade de pessoas que utilizam estas ferramentas sem homologações ou autorização de uso do espaço aéreo e seguro. “[É preciso] que as regras sejam amplamente divulgadas e passem a serem respeitadas, de forma que não existam acidentes, ou pelo menos diminuam, pois nem todos os acidentes são imprevistos, alguns são previsíveis”, diz.

Pelo lado do mercado segurador, Carlos Polizio salienta que o número de apólices vem crescendo mês a mês. “Como toda modalidade nova as dúvidas são constantes, ajustes são necessários, alinhamento do produto junto ao mercado se torna uma prática de extrema necessidade e processos de sinistros começam a acontecer”, argumenta.”A conscientização já está caminho e se faz necessária diariamente. Importante ressaltar que o papel do corretor de seguros é essencial e contamos muito com este apoio neste momento”, finaliza.

Artigos Relacionados