E-commerce terá crescimento anual de 19% na América Latina e 18% no Brasil até 2025, diz estudo da Worldpay
The Global Payments Repor 2022 mostra ainda que Argentina terá expansão de 26% enquanto o México 17% no mesmo período
O comércio eletrônico latino-americano terá um crescimento médio anual de 19% até 2025. Segundo o relatório The Global Payments Report 2022, da Worldapy from FIS, a Argentina terá uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 26% no período, enquanto os maiores mercados da região, Brasil e México, vão atingir 18% e 17%, respectivamente. A expansão se baseia no amplo leque de métodos de pagamento que, a cada ano, se diversifica ainda mais. Este é um dos cenários apresentados pelo estudo – que está em sua 7ª edição e traz uma fotografia real sobre meios de pagamentos online e físico em 41 países. Na América Latina, o levantamento contemplou seis países, entre eles, o Brasil.
A pesquisa aponta que formas tradicionais de pagamento, como cartões de crédito e dinheiro em espécie, ainda são muito usadas, mas seguem com perda gradativa de participação no comércio eletrônico. Em 2021, os cartões de crédito, por exemplo, representaram 39,3% do valor das transações e se destacaram como a maior presença no setor em todos os mercados da América Latina, e o Brasil foi o país em que houve a maior aderência dos consumidores por sua utilização com 44,7%. Os cartões de débito, por sua vez, compuseram outros 18,2% do valor das transações da região no ano passado.
Já Peru e Chile, onde nota-se a ascensão de suas populações com conta em banco, vão contribuir para as taxas projetadas quanto ao uso de cartões até 2025. Mesmo com redução de 3% de sua participação, os cartões de crédito vão manter-se na liderança dos pagamentos no e-commerce nos mercados latino-americanos nos próximos anos, exceto no México. Neste país, a popularidade crescente das carteiras digitais deve assumir a liderança, já em 2024, como o principal método de pagamento no comércio eletrônico em participação no valor das transações.
As transações de pagamentos feitos com dinheiro em espécie estão projetadas para cair pela metade até 2025 diante dos 3,8% dos gastos no e-commerce da região em 2021. Com relação ao Brasil, esta forma de pagamento, que representava a maioria dos pagamentos nos pontos de venda até 2018, caiu abaixo de um terço do valor de pagamentos em 2021 e a previsão é que o método reduza abaixo de 25% até 2024.
Migração – Várias são as razões que levam o consumidor a migrar do dinheiro em espécie e cartões de crédito para carteiras digitais e BNPL (do inglês Buy Now, Pay Later). Os fatores que contribuem para a redução da participação dos cartões de crédito, por exemplo, incluem o aumento de métodos de pagamento alternativos, a migração de volume para carteiras digitais vinculadas a crédito e débito, os consumidores optando por crédito sem juros na forma de BNPL e mercados verticais centrados em crédito.
As carteiras digitais representaram 19,2% dos gastos no comércio eletrônico da América Latina em 2021. A projeção é ampliar para 25% do valor das transações até 2025. Os mexicanos foram os que mais transacionam por meio das carteiras digitais na região, representando cerca de 27% do valor das transações em 2021 e a perspectiva é que se aproximem de 36% de participação até 2025.
As transferências bancárias representaram 9,7% dos gastos regionais no comércio eletrônico em 2021, com projeção semelhante (9,4%) até 2025. Porém, seu uso assume trajetórias variadas. Há estimativa de queda, no Peru, de 8,8% em 2021 para 3,8% em 2025, e na Colômbia de 16,5% para menos de 10% nos mesmos períodos. No Brasil, com a introdução do sistema de pagamento instantâneo Pix, a previsão é que as transferências bancárias subam de 10,9% para quase 18% em 2025.
As opções de BNPL começam a ganhar tração no comércio eletrônico da América Latina. Os valores das transações permanecem baixos – abaixo de 1% –, mas as taxas de crescimento serão uma das mais rápidas do mundo. Estima-se um aumento de 98% de 2021 a 2025, quando o método passará a responder por aproximadamente 2,2% do valor das transações no e-commerce latino-americano.