Energia limpa ganha força no mercado de seguros
Painéis fotovoltaicos e parques de energia eólica em todo o país aumentam contratação de seguros
Um crescimento substancial de energia limpa vem ocorrendo no Brasil. Esse cenário é visto tanto na produção de energia, quanto na oferta, aquisição de equipamentos e seguros para esse fim. Dados divulgados esse mês pela Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (ABSOLAR) informam que a tecnologia está presente em mais de 1,5 milhão de residências em todas as regiões brasileiras. As conexões abastecem atualmente cerca de 2 milhões de unidades consumidoras apenas na classe residencial e ainda segundo o levantamento, os investimentos acumulados em energia solar nas residências somam mais de R$ 56 bilhões no Brasil. Isso sem contar os parques eólicos. Apesar de especialistas afirmarem que há muito o que percorrer ainda no país para alcançar patamares maiores em relação às necessidades de desenvolvimento sustentável, o Brasil mostra potencial de desenvolvimento nesse sentido e está desencadeando a popularização do acesso à energia limpa e mais barata.
O aumento de painéis solares não está ocorrendo apenas nas usinas fotovoltaicas, mas também em residências e empresas, aponta o especialista Stênio Max, sócio da Nossa Broker Administradora e Corretora de Seguros Ltda, diretor da Fenacor, delegado do Sincor-RN, presidente da Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL – Mossoró), parceiro Lojacorr e gestor da Flash Corretora Administradora e Corretora de Seguros, da UCRN Broker Administradora e da Corretora de Seguros e a Nossa Prestadora de Serviços.
Segundo ele, “há uma procura grande e contínua pela energia limpa, barata, que possui um retorno do investimento em 36 meses de tudo o que foi investido”, explica. O corretor fala ainda que a expansão vem ocorrendo em todo o país. Entretanto, a maior parte do Brasil que demanda pela tecnologia são as regiões costeiras e com o sol abundante. “O Nordeste hoje é o maior indutor e produtor de energia renovável, tanto eólica como fotovoltaica. E já existe uma grande quantidade de parques instalados também em Minas Gerais”, descreve.
Além da busca pela cultura sustentável, as crises hídricas incentivaram o brasileiro a investir nessa tecnologia. “A bandeira vermelha da insuficiência energética pela eletricidade impulsionou o mercado de energia limpa. Houve o incentivo de linhas de crédito acessíveis para aquisição de equipamentos, em que o valor da mensalidade fica equiparado ao custo da energia elétrica mensal”, explica Max.
Seguros para energia limpa
Com a demanda em franca expansão, o mercado segurador também sentiu esse impulso e expandiu as coberturas. Um dos motivos desse crescimento apontado por Max é o valor do seguro mais acessível. “A grande maioria das companhias já inclui na cobertura básica de residencial e empresarial. A procura, inclusive, tem surgido de todos os tipos, desde condomínios até pessoas físicas”, diz.
De modo geral, este seguro está ligado, principalmente, a dois produtos: primeiro no ramo de ‘Riscos de engenharia’ com a cobertura da instalação e montagem do equipamento e segundo ao seguro que cobre quando o equipamento já está em operação, o seguro de ‘Riscos nomeados/operacionais’. Também podem contratar um seguro de instalação e Responsabilidade Civil (RC) e outras coberturas e cláusulas adicionais.
Luiz Longobardi Junior, diretor de Distribuição, Mercado e Marketing da Lojacorr, alerta que indiferente do seguro contratado, o corretor de seguros deve ser o suporte e já estar atento a essa tendência. “O corretor está buscando constantemente atender esse mercado sustentável. E, por isso, tem total capacidade para entender a realidade daquele cliente, a energia limpa que possui e as condições ideias do contrato, o que incluir e o que considerar na apólice. Podendo ser uma cobertura flexível, personalizada e que garanta a proteção que necessita’, defende.
Sobre a cobertura em si, Roberto Uhl, head de Produtos Digitais da Essor Seguros, companhia especialista no produto de energias renováveis, também diz que o seguro é bastante amplo e cobre danos por Incêndio, Queda de Raio e Explosão de qualquer natureza, Vendaval, Furacão, Ciclone, Tornado e Granizo / Inundação, Alagamento e Impacto de Veículos, Danos elétricos, roubo e/ou furto qualificado e despesas extras. “Este seguro é fundamental para as pessoas, seja física ou jurídica, se protegerem contra diversos riscos que podem ameaçar os sistemas e consequentemente trazer impactos patrimoniais e financeiros significativos”, explica. Ainda de acordo com o gestor, a venda deve ser consultiva, já que existem diversas questões que precisam ser explicadas aos segurados, devido às características específicas deste tipo de risco.
Mesmo com grande expansão, o corretor Freitas ressalta que há alguns desafios do mercado, que passam por coberturas específicas. Isso porque as usinas fotovoltaicas têm baixa manutenção e a expectativa de vida é de 20 anos. Já no caso das eólicas, a manutenção é recorrente. “Consequentemente, o seguro tem risco de engenharia e demanda mais proteção que possa garantir a prosperidade dos parques”, salienta.