Especialista da Marsh elenca tendências de risco para usinas de geração eólica e solar

Rodrigo Rolo, Líder da Prática de Power da companhia no Brasil, também elenca questões relacionadas a transmissores de energia

Ao longo dos anos, situações indesejadas como incêndios, quebra de máquinas, danos elétricos e alagamentos, eram as grandes responsáveis pelas interrupções das atividades de usinas de geração de energia eólica e solar, bem como transmissoras de energia, em âmbito global. Atualmente, além de todos esses fatores, outros dois tipos de riscos têm sido apontados como tendência, necessitando de um olhar mais atento.

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Mudanças climáticas severas

Logo no início de 2021, as baixas temperaturas deixaram mais de 4 milhões de pessoas sem eletricidade no sul dos Estados Unidos. No estado do Texas, a transmissão de energia, produzida por usinas movidas a carvão, gás, painéis solares e eólicos, foi interrompida por cerca de 3 dias devido ao acúmulo de neve.

A discussão, no entanto, pode ser mais complexa quando entendemos que não é somente uma falta de estrutura dos negócios para lidarem com condições extremas, mas sim um problema ainda maior relacionado ao aumento dos gases de efeito estufa (GEE) na atmosfera e o aquecimento global, alertando para uma mobilização focada na redução de emissão de carbono o mais urgente possível. Nos Estados Unidos, o setor de energia elétrica tem sido responsabilizado por 26,9% da emissão de gases do efeito estufa.

Ainda considerando as variações climáticas, cada vez mais frequentes e de difícil previsibilidade, é fundamental que as geradoras e transmissoras de energia tomem contato e tenham conhecimento da grande proteção que a contratação de um seguro paramétrico climático pode trazer às receitas da sua operação, esteja o risco atrelado à irradiação solar, intensidade dos ventos, hidrologia, entre outros. Esta modalidade de seguro, muito difundida no setor agropecuário, ainda tem presença bastante tímida no setor elétrico brasileiro.

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Ataques cibernéticos

Apesar de fazerem parte de uma evolução necessária, possibilitando a automação e operações de grandes instalações de forma remota e centralizada, as novas tecnologias, como inteligência artificial (IA), robótica, machine learning e Internet das Coisas (IoT), acabaram expondo a segurança das empresas de forma perigosa aos riscos, ameaças e ataques cibernéticos.

O impacto desses incidentes, que muitas vezes podem causar paralisações parciais ou total dos serviços, atinge não somente os negócios, gerando multas regulatórias e prejudicando a reputação das empresas, mas a sociedade como um todo.

Nos últimos anos, as perdas cibernéticas globais aumentaram assustadoramente e devem continuar aumentando. Este ano, girou em torno de US$ 6 trilhões, um crescimento de 1.400% desde 2015.

Diante disso, empresas de energia em todo o mundo têm investido ou planejado investimentos em segurança digital. Mas é importante ressaltar que nem sempre os riscos cibernéticos estão relacionados a fontes externas, muitas perdas de dados acontecem por erros administrativos, exclusões acidentais e danificação de hardware.

Amenizando os danos com soluções específicas

É fundamental que as usinas de geração de energia bem como transmissoras tenham suas apólices de seguros muito bem desenhadas para reduzir os impactos que os eventuais danos materiais em seus ativos possam gerar aos resultados da companhia e à comunidade. Todo o processo, desde a geração e transmissão até a distribuição e comercialização de energia, deve ser atentamente estudado e os riscos minimizados para que este relevante segmento de infraestrutura continue se desenvolvendo de forma sustentável.

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