Especialista da Unimed-BH alerta sobre os riscos do cigarro eletrônico

Pneumologista explica os males causados pelo cigarro eletrônico que vêm conquistando um público cada vez mais jovem

O que surgiu como uma alternativa para parar de fumar se tornou um grande vilão da saúde pública quando o assunto é o tabagismo. Os cigarros eletrônicos (dispositivos eletrônicos para fumar – DEFs) ou vapes vêm ganhando espaço entre pessoas cada vez mais jovens. Com diferentes formatos, cores e essências, o dispositivo pode conter alta quantidade de nicotina, viciando e trazendo sérias consequências para a saúde, como o desenvolvimento de diversos tipos de câncer, doenças crônicas e outras enfermidades.

Publicidade

Segundo uma pesquisa feita peal Universidade Federal de Pelotas (UFPel), um em cada cinco jovens brasileiros fuma cigarro eletrônico. Apesar de a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) manter a proibição do comércio e propaganda dos DEFs no Brasil, os jovens têm fácil acesso ao produto. O dispositivo consiste em um aparelho com bateria no qual coloca-se um líquido concentrado de nicotina e outras substâncias, que é aquecido e inalado.

De acordo com a pneumologista cooperada da Unimed-BH Marta Gouvêa, a nicotina se liga a receptores cerebrais, liberando a dopamina e serotonina, hormônios relacionados ao prazer e bem-estar. “Em relação aos jovens, como o cérebro ainda está em formação, a aderência ao vício é maior. Os DEFs vêm disfarçados de aparelhos eletrônicos para cativar o público mais novo, escondendo os sérios malefícios para o organismo”, explica Gouvêa.

A especialista alerta que o dispositivo libera nanopartículas que percorrem o sistema vascular, além de substâncias carcinogênicas e metais pesados. “Pesquisas já comprovaram aumento de câncer dos seios da face e de pulmão em fumantes de vape, além de doenças respiratórias, como a síndrome respiratória aguda grave (SRAG), e enfermidades cardiovasculares. Queimaduras causadas por explosão do aparelho também já foram relatadas”.

Publicidade

Tanto o cigarro comum como o eletrônico geram dependência química por causa da nicotina – substância psicoativa do tabaco. Um vape, por exemplo, pode equivaler a cem cigarros ou a cinco maços. O tabagismo é a maior causa evitável de adoecimento e morte no mundo. De acordo com o Ministério da Saúde, são cerca de 443 óbitos diariamente por enfermidades relacionadas ao tabaco no Brasil, ou seja, quase 162 mil por ano.

Programa de Cessação de Tabagismo

A Unimed-BH possui o Grupo de Cessação de Tabagismo para quem deseja parar de fumar. O projeto se inicia com uma palestra motivacional e ocorre semanalmente por 8 semanas. Além dos encontros, a pessoa é orientada a procurar um especialista que tenha formação em tratamento de dependência do tabaco para definir sobre a necessidade do uso de alguma medicação. Dessa forma, o participante recebe a orientação médica para seu caso e nos encontros, o apoio médico, psicológico e nutricional que são muito importantes nesse momento.

Os encontros do Grupo de Cessação do Tabagismo acontecem em duas turmas: uma online e outra presencial, no Centro de Promoção da Saúde – Unidade Santa Efigênia (Av. Churchill, 36, Santa Efigênia). Após o período dos encontros, o participante é acompanhado pelas psicólogas da equipe pelo período de 12 meses.

O grupo é formado por uma equipe multidisciplinar composta por médico, psicólogas e nutricionistas. As pessoas interessadas podem se inscrever pelo telefone 4020-4020, ou nos Centros de Promoção da Saúde da Unimed-BH.

Artigos Relacionados