Especialistas debatem vendas online e riscos cibernéticos

Encontro reuniu especialistas renomados

Ao mesmo tempo em que é necessário mudar estratégias de venda e integrar a tecnologia ao cotidiano do mercado, também é preciso tomar cuidado para garantir a segurança dos processos realizados online. Com o objetivo de reforçar os debates sobre tecnologia e economia compartilhada, o Sindicato das Seguradoras de Minas, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal (SindSeg MG/GO/MT/DF) promoveu, no dia 21 de agosto, o evento ‘Conversa com Especialista’ com a temática Vendas Online x Riscos Cibernéticos.

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Foram convidados profissionais do mercado com expertise no assunto. Marcelo Blay compartilhou suas experiências como CEO de uma das principais corretoras online do mercado brasileiro. No ramo de seguros há mais de 28 anos, Blay apostou em ferramentas tecnológicas e inovadoras, como o Business Intelligence (avaliação de informações para a tomada de decisões) e o Big Data (análise, pelas empresas, dos múltiplos dados gerados pelos consumidores para traçar o perfil dos públicos das organizações).

Apesar da presença da seguradora em vários canais de comunicação, o atendimento humano e personalizado é um dos fatores que o empreendedor atribui ao sucesso da empresa. “O contato humano é decisivo para consolidar as vendas, e, além disso, existem processos operacionais que exigem soluções não-tecnológicas, como as vistorias e os endossos”, pontua.

Ainda abordando a importância do contato humano, Blay destacou a dificuldade da população leiga em compreender a terminologia básica do mercado de seguros, sendo um dos percalços do atendimento. “Entendendo que o nosso público é composto por 70% de pessoas que nunca adquiriram um seguro anteriormente, elaboramos um treinamento para que os consultores da empresa possam dar uma verdadeira aula sobre seguros por telefone, tornando a média de duração das ligações com os clientes de 40 minutos. Para fechar um negócio, levamos de 5 a 7 ligações”.

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C Josias & Ferrer no JRS

Apesar de todas as facilidades e recursos provenientes da internet e suas ferramentas, é também no ambiente digital que as empresas estão mais propensas à fraude, e por ter um valor elevado de indenização, o mercado de seguros é uma das principais vítimas dos ciberataques. Landulfo de Oliveira Ferreira Junior, advogado da Abdalla, Landulfo e Zambrotti Sociedade de Advogados, professor da PUC-MG e presidente da Comissão Especial de Assuntos Jurídicos e Fiscais do SindSeg, falou sobre a importância dos riscos do vazamento de dados e invasões virtuais e comentou quais medidas podem ser tomadas para evitar incidentes.

O advogado expôs ao público dados sobre o uso da internet no Brasil e destacou que não é apenas o ambiente empresarial que está propenso a ataques digitais. Landulfo apontou que 30 mil sites são infectados diariamente, e mais de 80% dos ataques são realizados em empresas de pequeno e médio porte. Só em 2017, 62,2 milhões de brasileiros sofreram ataques virtuais que visavam o roubo de dados e ganhos financeiros por parte dos hackers. De acordo com pesquisas da IBM e do Instituto Ponemon, o Brasil é um dos países com a maior vulnerabilidade a ataques virtuais e o 3º a ter o maior prejuízo causado por ações de hackers. As consequências dos ciberataques a empresas podem causar desde riscos de imagem, perda de vantagem comercial até a paralização de operações.

Algumas das condutas apontadas por Landulfo para resguardar-se dos ataques são a implementação de programas de segurança cibernéticas, respeitando as necessidades e limitações de cada empresa, difundir a cultura da segurança, prevenir ataques internos e garantir a conscientização dos usuários, que tendem a cair em ofertas falsas e outros tipos de condutas maliciosas que podem causar danos digitais. O advogado relembrou a importância de produtos como o Seguro de Riscos Cibernéticos, que oferece ferramentas e coberturas que resguardam as empresas de ataques virtuais e destacou que não é preciso ter medo de utilizar a internet, mas ter uma postura segura e consciente em seu uso. “Difundir a cultura do seguro não é só incentivar a contratação de produtos, e sim ensinar a população e ao mercado que riscos são iminentes a todos os contextos, tanto o pessoal quanto o empresarial. O que deve ser feito é uma divulgação intensa sobre como minimizar esses riscos e quais atitudes devem ser tomadas para evitar a exposição desnecessária na rotina”, comenta Landulfo.

Presidente da Comissão Técnica de Ramos Elementares do SindSeg MG/GO/MT/DF, Geraldo Pereira Filho, destacou a importância de discussões como esta para informar e alertar os profissionais do mercado de seguros. “A tecnologia pode trazer ao corretor uma prospecção mais eficiente e vendas mais assertivas, mas para isto, é preciso utilizar de maneira segura todos os canais disponíveis e se precaver dos possíveis riscos”, conclui.

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