Esposa do juiz Sérgio Moro fala ao mundo sobre o trabalho das APAEs
Rosângela Wolf Moro concedeu entrevista ao JRS durante evento realizado pela Fenapaes, na última sexta-feira, em Porto Alegre (RS)
“Os senhores são responsáveis por auxiliar tantos jovens e crianças, que nem imaginam. Eles, no entanto, sabem quem os ajudou”, disse Miguel Muccillo, diretor da MDM8 Gestão e Promoção de Eventos, durante o primeiro encontro anual de angariadores de capitalização do movimento das Associações de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAEs), realizado na última sexta-feira, em Porto Alegre (RS). O encontro apresentou a estrutura da Fenapaes, bem como ressaltou a importância de uma visão coletiva e globalizada sobre o tema.
A instituição possui mais de 60 anos de história, sendo o maior movimento social do mundo, na sua área de atuação. São ao todo, 23 Conselhos Estaduais e mais de duas mil APAEs distribuídas em todo o Brasil, que propiciam atenção integral a cerca de 250.000 pessoas com deficiência. “Trabalhamos com gestão em um setor muito difícil para se trabalhar. Gestão de terceiro setor com o mar de dificuldades no País inteiro torna tudo muito mais complicado. A gestão da Federação passa por um trabalho sério, transparente e unido, formado por um grupo heterogêneo na diretoria”, completou Aracy Maria da Silva, presidente da Federação Nacional das APAEs.
Uma ilustre presença também chamou a atenção dos presentes. A advogada Rosângela Wolf Moro, esposa do juiz federal Sérgio Moro, conversou com exclusividade a equipe do Grupo JRS Comunicação. O assunto, no entanto, não foi a Operação Lava-Jato e sim a nobre causa defendida por Rosângela na Procuradoria Geral da entidade. Rosângela explica que esta área atua no assessoramento das entidades filiadas (são mais de 2155), na defesa das pessoas com deficiência e nos interesses gerais da instituição.
De acordo com dados do Censo IBGE 2010, 23,9% da população brasileira possui algum tipo de deficiência. 18,60% declaram possuir deficiência visual, 7% deficiência motora, 5,10% tem deficiência auditiva e 1,40% possui deficiência mental. “A sociedade é que deve se adaptar e ser inclusiva às pessoas com deficiência”, conta ao abordar a Lei Brasileira de Inclusão. No âmbito da inclusão escolar, a Lei obriga as escolas privadas a acolher os estudantes com deficiência no ensino regular e a adotar as medidas de adaptação necessárias sem que nenhum ônus financeiro seja repassado às mensalidades nem às matrículas. A Confederação Nacional dos Estabelecimentos de Ensino (Confenen), que representa as escolas particulares, questionou a norma por acreditar que ela comprometeria o orçamento dos estabelecimentos de ensino. Em junho, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu manter a exigência, considerando-a constitucional.
“As APAEs são entidades privadas que fazem um trabalho que deveria ser prestado pelo Estado para a sociedade. Prestamos saúde, educação e assistência. Esta ação é feita com muito bom grado”, explica ao lembrar que não recebe nenhuma remuneração como representante da Federação. No dia 2 de dezembro, Rosângela Moro falará na Organização das Nações Unidas sobre a missão generosa das APAEs. O convite foi realizado pela Portuguese Language Institute (POLI) – representante da ONU nos eventos da América Latina. A data antecede o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência.
Durante o evento, Muccillo comentou a série de adaptações que os produtos de capitalização foram submetidos por mudanças na regulamentação realizada pela Superintendência de Seguros Privados, a Susep. Agora, a Federação Nacional das APAEs passou de beneficiária da seção de direito de resgate pelo modelo popular para estipulante no modelo incentivo. Na prática, a Fenapaes compra os títulos de capitalização, contrata angariadores e sede o sorteio dos títulos e estes promovem as doações dos certificados de contribuição. APLUB Capitalização, Invest Capitalização e ApliCap participam deste trabalho que incentiva o trabalho da entidade.
São ao todo 23 produtos conveniados, sendo a maioria com gestão da APLUB Capitalização, em produtos como Tri Legal e Tri Legal Tchê, no Rio Grande do Sul, por exemplo. “A gratidão que vemos reforça a importância desta ação de mobilização e engajamento social”, conta Fabiana Rivarol, diretora-adjunta comercial. “Cada vez mais mostramos e entendemos a importância de ajudar as APAEs”, destaca.
“Hoje é um dia para agradecer”, disse Aracy em entrevista a nossa reportagem. “Fazemos questão de mostrar de onde saem os recursos que beneficiam estas pessoas. Sempre tivemos dificuldades pela atuação não governamental, mas a situação de hoje é uma benção”, concluiu.