Impactos da guerra no mercado de seguros

Pode ser registrado aumento da procura com redução da oferta, indicam especialistas

Pandemia, cenário econômico no Brasil e no mundo e o atual conflito protagonizado pela Rússia e Ucrânia, com interferências de outras potências globais. Como o setor de seguros está reagindo a todas essas transformações? Quais os principais impactos dessa mistura de fatores no setor? Esses contextos têm ampliado a procura por seguros?

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De acordo com os especialistas Daniel Salvador e Kamila Souza – CCO e superintendente da Área Técnica e de Novos Negócios da corretora Finlândia, respectivamente – considerando a pandemia, a crise econômica provocada por essa questão sanitária e as perspectivas de mais investimentos em infraestrutura no Brasil (como a implantação do 5G), o mercado de seguros vem apresentando um histórico de crescimento contínuo, desde 2019.

Ou seja, até o início da guerra, este mercado vem reagindo positivamente a todos esses fatores, com aumento da procura e evolução dos indicadores, de forma geral, ano a ano. Com destaque para verticais como: Danos, Benefícios, Seguro Garantia, Fiança Locatícia, Cyber, Judicial e D&O. São produtos reduzem vulnerabilidades como redução da receita, lucros cessantes, pagamento de contas etc.

Por outro lado, a guerra entra para deixar o cenário um pouco mais incerto. Isso porque guerras geram reflexos em cadeia. No Brasil, diversos setores econômicos, principalmente a indústria, devem sofrer com a alta significativa de custos nas compras de insumos (como combustível e aço, por exemplo) e de equipamentos importados. Somando com a inflação, essas projeções apontam para uma maior vulnerabilidade dos empreendimentos – incluindo pequenas e médias empresas, para as quais os impactos da guerra chegam mais rápido (em aspectos como compras, carteira de clientes, perdas da receita e capital) – e cuja tendência passa a ser um foco maior na gestão desses reflexos e a redução em investimentos de maior risco.

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Mediante estas previsões, o papel das corretoras na prestação de consultorias estratégicas ganha ainda mais importância para uma gestão assertiva dos negócios, que precisa começar pela reorganização das prioridades. E corretores especializados já se articulam junto aos clientes corporativos, no sentido de reavaliar e reajustar os contratos vigentes.

Trata-se de identificar os tipos de seguros imprescindíveis para a continuidade perene do negócio e aqueles cujo investimento não é adequado e estratégico no momento – considerando contextos e cenários específicos de cada empresa e seus mercados de atuação. É uma consultoria que agrega muito equilíbrio à gestão em momentos de incertezas.

Para as seguradoras, o reflexo desse conflito poderá ser sentido na saúde financeira das apólices no mundo. A maior vulnerabilidade das empresas deve gerar aumento na procura de seguros específicos. Consequentemente, o setor de seguros pode ter que assumir riscos e custos mais elevados, impactando novos investimentos no setor. Ou seja, no mercado de seguros, um dos efeitos pode ser o aumento da procura com redução da oferta.

Por isso, corretores se movimentam no sentido de auxiliar as empresas na gestão e revisão das prioridades, das principais vulnerabilidades e riscos das operações dos negócios, além do reajuste e da contratação corretas e inteligente das apólices que são, de fato, fundamentais neste cenário, conforme o perfil e atividade de cada empresa.

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