Insolvências nas empresas brasileiras podem crescer 10% até 2022: seguradora de crédito mostra como se proteger

Diretor de Risco da Euler Hermes, Felipe Tanus, explica o passo a passo para eliminar riscos financeiros nas empresas

A insolvência é uma ameaça real para todas as empresas, especialmente aquelas que operam em dificuldades corporativas. Hoje, os efeitos retardados das disputas comerciais, incertezas políticas, tensões sociais e até mesmo preocupações globais com a saúde também podem colocar as empresas mais bem administradas em risco de insolvência.

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No último Índice de Insolvência Global – indicador proprietário que acompanha o nível de insolvência corporativa no mundo, divulgado pela Euler Hermes, líder mundial em seguro de crédito, foi apontado um aumento moderado até o final do ano nas insolvências das empresas brasileiras, o que levará o resultado anual para 2.200 casos, e um aumento mais notável em 2022, chegando em 2.900 (+10%).

O que é risco de insolvência?

“O risco de insolvência é a possibilidade real de uma empresa não conseguir cumprir suas obrigações de pagamento em um período de tempo definido – geralmente no horizonte de um ano. Também é conhecido como risco de falência”, define o Diretor de Risco da Euler Hermes Brasil, Felipe Tanus.

A insolvência da empresa pode originar-se de vários fatores, como gestão de fluxo de caixa, gastos excessivos e até mesmo o fracasso de clientes.

A insolvência do cliente, especialmente se envolver seu maior cliente, pode impactar seu próprio fluxo de caixa e prejudicar seus negócios. A insolvência do fornecedor também pode ter fortes repercussões se o que eles fornecem for mais caro ou difícil de obter de outros fornecedores.

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No pior cenário, a perda de um relacionamento comercial vital também pode levar, por sua vez, à sua própria insolvência – o ‘efeito dominó das insolvências’ em ação.

Como avaliar os riscos internos?

Segundo o diretor, fazer avaliações precisas de risco de crédito de sua própria empresa e de seus clientes e fornecedores é o primeiro passo para criar proteção contra o risco de insolvência. Felipe aponta abaixo alguns sinais de alerta para as empresas:

  • Lucratividade em declínio: por exemplo, suas vendas são mais baixas ou o custo dos produtos vendidos é mais alto?
  • Capitalização em declínio (também conhecido como “valor contábil”): o rácio dívida / capital próprio caiu para menos de 30%?
  • Baixo índice de cobertura de juros: mostra que os lucros operacionais podem não cobrir as despesas com juros.
  • Balanço enfraquecido.
  • Problemas de fluxo de caixa e liquidez: seus custos fixos ou pagamentos de juros estão aumentando ou você tem um grande número ou montante de pagamentos em atraso de clientes?
  • Margens operacionais: estão ficando mais estreitas?
  • Vencimentos de dívidas, refinanciamento e capacidade de levantar capital: em que termos você pode refinanciar sua dívida? Você pode ir ao mercado de capitais ou recorrer à sua linha de crédito para levantar dinheiro, se necessário?
  • Sua carteira de pedidos: como será sua carga de trabalho de negócios no futuro?

Identificando o risco de insolvência de fornecedores e clientes

Por outro lado, se os clientes estão pagando com atraso ou não podem pagar, o fluxo de caixa estará em risco. Caso os fornecedores não possam entregar os materiais no prazo, sua própria produção diminuirá, dificultando o cumprimento de seus próprios compromissos.

Veja abaixo os sinais de alerta de potencial insolvência de fornecedor ou cliente:

  • Eles estão demorando mais para quitar faturas ou fazer entregas?
  • Eles pediram para renegociar contratos, prorrogar (se forem clientes) ou encurtar (se forem fornecedores) termos de pagamento?
  • Há uma tendência de disputas por faturamento ou entregas?
  • O seu cliente perdeu recentemente um grande cliente / fornecedor?
  • Eles estão atraindo cobertura negativa da imprensa?
  • O que está acontecendo em seu setor ou país? Isso faz parte do clima econômico em que operam e pode afetar a insolvência do cliente.

Como o seguro de proteção contra insolvência pode ajudar?

Felipe lembra que a proteção contra insolvência é uma ciência inexata, dados os inúmeros riscos que existem fora do controle de suas próprias operações comerciais. Mas se não for detectado no início – por exemplo, com a ajuda de serviços de risco de insolvência – é possível que a empresa fique presa em uma espiral descendente de risco de insolvência.

“Em particular, quando a insolvência é o resultado de algo imprevisto, o seguro de proteção contra insolvência protege seu fluxo de caixa e limita consideravelmente os danos do risco de crédito para sua própria empresa, obtendo uma compensação em caso de más dívidas”, explica.

Por fim, o diretor lembra que o tempo de reação rápido é a chave. O cenário ideal é identificar e agir em relação aos sinais de alerta antes que seu cliente se torne insolvente. O seguro de proteção contra insolvência pode reduzir o risco de insolvência do cliente, preservar o fluxo de caixa e ajudá-lo a expandir seus negócios.

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