Isolamento, testagem e cuidados sintomáticos são fundamentais para conter Influenza e Covid-19

Brasil pode viver significativa nova onda de infecções no primeiro trimestre de 2022, indica médico

Mais que triplicou o número de atendimentos por telemedicina para casos de síndrome gripal e Covid-19. Segundo dados da Saúde Digital Brasil, associação que representa empresas de telemedicina, eram registrados 7 mil atendimentos diários deste tipo, em média, do início de dezembro até o Natal. No período de festejos de final de ano este número dobrou e passou para 15 mil atendimentos. Com a chegada de 2022, este número saltou para 40 mil atendimentos diários.

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Este panorama aponta cada vez mais a importância das healthtechs e dos benefícios de assistência oferecidos por seguradoras, por exemplo. Ainda mais diante da tendência de crescimento no número de casos tanto de Influenza, como de Covid-19. Foi o que explicou o neurocientista Miguel Nicolelis em entrevista à CNN, na segunda-feira. De acordo com o entrevistado, caso o Brasil não faça nada para ‘quebrar a transmissão do vírus’ o País pode chegar ao mês de março com mais de 2 milhões de casos diários da doença.

Por isso, o setor de saúde vive uma verdadeira corrida contra o tempo e a tecnologia mostra-se como aliada fundamental para dar velocidade ao trabalho dos profissionais deste segmento. Seja através da Inteligência Artificial, seja por sistemas e plataformas integrados para proporcionar uma visão holística dos pacientes aos gestores de saúde.

O cenário atual aponta para o crescimento da curva de casos de problemas respiratórios. Neste sentido, a telemedicina deve ganhar espaço, atenção e investimentos. Em termos de tecnologia, a Inteligência Artificial (IA) estará cada vez mais presente na Saúde, como um recurso importante para dar velocidade ao trabalho dos profissionais da área. Sistemas e plataformas integrados facilitarão o processo e darão uma visão holística dos pacientes aos gestores de saúde.

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Com atuação em regulação médica de urgências e emergências (Samu), o especialista em clínica médica e cardiologia Rodrigo Nicácio Santa Cruz, médico parceiro da plataforma de telemedicina da Europ Assistance Brasil, pondera que a variante ômicron mostrou ao mundo que a pandemia não acabou e não há prazo definido para que isso ocorra. “O cenário é preocupante porque estamos vivendo uma epidemia de Influenza H3N2 no meio de uma pandemia causada pelo SarsCov-2 (o novo coronavírus), o que gera confusão de diagnósticos e reforça a necessidade de testagem ampla”, cita. “Percebe-se um grande aumento pela procura dos serviços de saúde em todo o mundo, devido aos sintomas. No Brasil, essa procura deverá aumentar consideravelmente nas próximas três semanas. Podemos, ainda, viver uma significativa nova onda de Covid-19 no primeiro trimestre de 2022”, projeta o profissional, que também é pós-graduado em atendimento aeromédico.

Veja também: ‘Imunização é condição sine qua non para o fim da pandemia’, diz especialista diante do aumento de casos de gripe e Covid-19

Dr. Rodrigo Nicácio Santa Cruz é cardiologista e médico de urgência e emergência / Reprodução/Saúde News
Dr. Rodrigo Nicácio Santa Cruz é cardiologista e médico de urgência e emergência / Reprodução/Saúde News

Ainda conforme explica o Dr. Rodrigo, os sintomas de Influenza e Covid são muito parecidos. “São dois vírus de manifestação respiratória, com pequenas variações na clinica apresentada pelos pacientes em geral. Somente com anamnese e exame físico o diagnostico é duvidoso”, analisa. Na visão do cardiologista, o teleatendimento médico é bastante adequado e oportuno neste momento. “Sintomas gripais gerais, indisposição, queixas de dores generalizadas, sinais de desidratação e queda do estado geral podem ser acolhidos, orientados, monitorados e cuidados por via remota, sem qualquer prejuízo ao paciente”, acrescenta.

O médico alerta que diante de qualquer sintoma respiratório é recomendável que o paciente procure o serviço de atendimento por telemedicina. “Isso deve ser feito diante de qualquer sintoma respiratório, caso existam dúvidas sobre condutas iniciais, medicamentos simples de uso diário ou sintomáticos e, principalmente, se é o momento de procurar atendimento presencial no momento pandêmico pelo qual estamos passando”, diz.

O Dr. Rodrigo Nicácio Santa Cruz reitera que faz-se importante o isolamento para quem possui sintomas de uma das doenças. “Independente do vírus causador de uma queixa respiratória, o momento atual exige o isolamento, testagem e cuidados sintomáticos gerais do paciente e outras pessoas que tenham contato direto. Se você esta sintomático, avise aos seus contatos mais próximos dos últimos 7 dias e procure um medico virtual ou presencial”, afirma. “A cobertura vacinal apropriada reduz o risco de doença grave, seja Covid ou Influenza, estando os imunizantes disponíveis em toda a rede publica de saúde do Brasil”, finaliza.

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