Junho Vermelho: Omint destaca a importância da doação de sangue em tempos de pandemia

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Dra. Jaqueline Sapelli, hematologista, faz alerta sobre redução do estoque dos bancos de sangue e explica os principais protocolos durante a pandemia

Neste mês, a campanha Junho Vermelho alerta para a importância da doação de sangue, especialmente durante os períodos de outono e inverno, quando os hemocentros do país costumam ficar desfalcados. O mês também é marcado pelo Dia Mundial do Doador de Sangue (14), que tem o objetivo de sensibilizar as pessoas e lembrá-las de que um gesto altruísta pode salvar muitas vidas.

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De acordo com o Ministério da Saúde, a taxa de doação de sangue voluntária da população brasileira é de 1,6%, número que está dentro do índice estabelecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Apesar disso, em 2020, devido à pandemia de Covid-19, houve uma redução de aproximadamente 20% no número de doações, especialmente em função da diminuição da circulação de pessoas e do adoecimento de uma parcela da população.

A hematologista do Hospital A.C. Camargo e credenciada Omint, Dra. Jaqueline Sapelli, explica que a redução do estoque de sangue pode resultar no cancelamento de cirurgias e diversos tratamentos médicos. “Atualmente, todos os tipos sanguíneos estão em falta nos bancos do país, justamente por conta do cenário de pandemia, que afastou as pessoas dos centros médicos e hospitalares e impacta o tratamento de diversas doenças. O mais comum é que haja falta de O+ e O-, mas hoje os bancos de sangue necessitam de reposição de todos os tipos”, alerta.

Protocolos de doação de sangue durante a pandemia

Qualquer indivíduo entre 16 e 69 anos, com peso superior a 50 kg, pode se tornar doador de sangue. Menores de 18 anos precisam de consentimento formal dos responsáveis e pessoas com febre, gripe, resfriado, diarreia recente, além de grávidas e mulheres no pós-parto, não podem doar temporariamente.

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Com uma única doação, é possível ajudar até quatro pessoas. Quem já contraiu o novo coronavírus pode doar 30 dias após a recuperação. Nos casos em que houver apenas contato com uma pessoa infectada pelo vírus, sem que haja desenvolvimento da doença, a doação não pode ser realizada durante um período de 14 dias.

Quem já foi vacinado contra a Covid-19, também está apto para doar sangue. “Depois de tomar cada dose da Coronavac, é possível doar sangue após 48h. Em relação às vacinas da AstraZeneca/Oxford e da Pfizer, o intervalo é de sete dias, após cada dose. Caso haja algum sintoma depois de tomar qualquer imunizante, a doação não pode ser realizada por sete dias, após o desenvolvimento do sintoma”, explica Sapelli.

A frequência das doações é diferente entre os públicos feminino e masculino: para as mulheres, são recomendadas três doações, com um intervalo de 90 dias entre cada uma, e para os homens, quatro, com uma distância de 60 dias entre as doações.

Doação de medula óssea

A pandemia também afetou as doações de medula óssea, mas o impacto foi maior na quantidade de coletas do que no número de cadastros de doadores. No Brasil, as informações a respeito de doadores ficam centralizadas no Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), que é coordenado pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Todas as pessoas podem ser doadoras de medula óssea, e os requisitos são os mesmos da doação de sangue, com algumas exceções que podem ser discutidas com a equipe do centro transplantador. “A doação é um ato altruísta e é fundamental que haja segurança para o doador durante todo o processo. Se não houver esse cuidado, aliado a campanhas de mobilização, especialmente em tempos de pandemia, as pessoas continuarão com receio de sair de casa, o que impacta no tratamento de muitos pacientes que precisam do transplante”, destaca a médica.

Os protocolos para doação de medula óssea também são iguais aos da doação de sangue. No caso da medula, a compatibilidade é genética e determinada por um conjunto de genes localizados no cromossomo 6, que devem ser iguais entre doador e receptor.

Para verificar a compatibilidade, é preciso realizar o exame HLA (Human Leukocyte Antigen, em ingês), responsável por codificar as proteínas de superfície que reconhecem e apresentam antígenos. Quando uma pessoa se cadastra para ser doadora, todos os fatores de compatibilidade são analisados por meio da coleta de sangue.

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