Mais da metade dos acidentes de trânsito no Brasil envolvem pessoas embriagadas

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Estatística foi revelada por Eduardo Della Giustina, em palestra promovida pelo Sindicato das Seguradoras

Quem não conhece alguma triste história envolvendo a morte de jovens no trânsito? A dura estatística foi abordada pelo diretor comercial da ExperMed Perícias Médicas, Eduardo Della Giustina, durante o workshop mensal promovido pelo Sindicato das Seguradoras do Rio Grande do Sul (SindSeg-RS). De forma clara e descontraída, Giustina abordou um pesado tema, de alta relevância ao mercado de seguros.

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Projetos como o "Vida Urgente" visam conscientizar população sobre os perigos de misturar álcool e direção. Reprodução/YouTube
Projetos como o “Vida Urgente” visam conscientizar população sobre os perigos de misturar álcool e direção. Reprodução/YouTube

Diversos movimentos sociais procuram despertar a consciência da população sobre os efeitos de misturar álcool e direção. Um deles é o Vida Urgente, da Fundação Thiago de Moraes Gonzaga. A ONG é presidida pela ativista Diza Gonzaga, que recentemente participou do almoço do SindSeg-RS e demonstrou as constantes ações desenvolvidas. “Meu filho morreu, mas continua vivo dentro de mim”, afirmou Diza em um dos momentos da reunião.

Levantamento da Pesquisa Nacional da Saúde de 2014 apontou que um em cada quatro motoristas (24,3%) assumem a direção do veículo após ter consumido bebidas alcoólicas. No Brasil, a violência no trânsito é uma das principais causas de mortes. Em 2014, foram registradas 172.780 mil internações relacionadas a acidentes de trânsito. De acordo com o Ministério da Saúde são gastos, em média, R$ 60 milhões por ano com pessoas dependentes do álcool. Mais da metade dos acidentes nas rodovias brasileiras envolvem embriaguez e velocidade, segundo o Comitê de Análise dos Acidentes de Trânsito.

Público atento lotou auditório da Escola Nacional de Seguros, em Porto Alegre. William Anthony/JRS
Público atento lotou auditório da Escola Nacional de Seguros, em Porto Alegre. William Anthony/JRS

Fatalidades são repassadas aos demais segurados

Eduardo Della Giustina lembra que o Poder Judiciário tem tomado decisões favoráveis ao pagamento de sinistros por parte das seguradoras para acidentes que envolvam a embriaguez como agravamento do risco. “O grande problema é que este prejuízo é repassado aos segurados que agem da maneira correta. A velha máxima de que os bons pagam pelos maus. A grande realidade é que algumas seguradoras são mais criteriosas. A justiça exige que seja comprovado o agravamento deste risco, ou seja, que o álcool ou a embriaguez sejam os fatores determinantes para o acontecimento deste evento”, conta o também advogado.

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Consciência é fundamental

O workshop passou uma importante mensagem ao atento público presente. Mostrou os efeitos de bebidas alcoólicas no organismo humano e comprovou que “apenas uma cervejinha” faz toda diferença nas funções cognitivas de nosso corpo. Isso eleva a possibilidade de um acidente. A infraestrutura das estradas no Brasil é precária, mas este, não é o fator determinante para o trágico número de mortes nas estradas do Brasil.

Conforme estudo recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), nosso País é o quarto em número de mortes no trânsito nas Américas, perde apenas para Belize, República Dominicana e Venezuela. A taxa é de 23,4 mortes para cada 100 mil habitantes.

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