Ney Dias: Seguro Residencial está se tornando objeto de desejo no Brasil

Confira artigo de autoria de Ney Dias, diretor-presidente da Bradesco Seguros

Frequentemente, observamos a divulgação da lista de objetos de desejo do consumidor, onde figuram sempre, entre outros, o plano de saúde, a escola particular, o carro e a casa própria. Com o aumento das intempéries climáticas, os brasileiros estão cada vez mais atentos à importância do seguro residencial. Fenômenos extremos, como alagamentos e vendavais, têm se tornado mais frequentes em diversos estados, levando a população a buscar proteção para seus lares. No Brasil, onde a casa própria é um grande sonho, conforme apontado na pesquisa recente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a conscientização sobre o seguro residencial está crescendo, embora ainda exista um grande desconhecimento sobre seu custo, coberturas e assistências.

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Em comparação com países mais maduros, onde até 90% da população possui seguro residencial, o Brasil ainda está em fase inicial de adoção. Apesar de o custo médio do seguro residencial no Brasil ser relativamente baixo (em média, 0,1% a 0,2% do valor do imóvel, ou entre R$ 500 e R$ 800/ano), apenas cerca de 17% da população está coberta, segundo dados recentes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg). Nos EUA, 88% dos proprietários de imóveis possuem seguro residencial. Na Europa, a situação é similar em vários países. No Reino Unido, cerca de 90% dos proprietários possuem seguro residencial. Na Alemanha, essa taxa também é alta, com a maioria dos proprietários optando por seguros que cobrem uma ampla gama de eventualidades, demonstrando um forte entendimento da importância da proteção dos bens imóveis, segundo dados do Insurance Information Institute.

A compreensão da sociedade brasileira sobre as coberturas oferecidas pelo seguro residencial ainda é baixa. Muitos desconhecem que esse tipo de seguro vai além do simples ressarcimento por danos físicos, incluindo também a cobertura de responsabilidade civil familiar (para eventuais danos causados a vizinhos em decorrência de, por exemplo, rompimento de tubulação) e assistência 24 horas para emergências domésticas, entre outros benefícios. No entanto, há indícios de mudança nesse cenário de desinformação. De acordo com um levantamento da FenSeg, o Índice de Penetração do Seguro Residencial aumentou em 25% entre 2017 e 2021, representando um acréscimo de 2,8 milhões de residências protegidas, totalizando 12,7 milhões de moradias. Em 2023, esse aumento foi de 14,3%.

Nos últimos meses, a temperatura bateu recordes em todo o Brasil e pode preceder períodos ainda mais quentes no futuro, com sensação térmica que pode passar de 50ºC em algumas cidades, segundo um relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). Esse é o resultado de uma junção de fatores como a ação do El Niño, a formação de um domo de calor – fenômeno atmosférico caracterizado pelo aprisionamento de ar quente sobre uma área -, além de outros fatores que contribuem para mudanças climáticas.

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Neste contexto, especialistas enfatizam a necessidade premente de discutir planos de mitigação de riscos e eventos climáticos extremos, incluindo não apenas o calor intenso, mas também fenômenos como chuvas torrenciais. Desmistificar a ideia de que estamos isentos dessas ameaças é também o primeiro passo para compreender a necessidade premente de maior proteção das residências e mitigar o impacto nos orçamentos familiares de diversos imprevistos.

Em um contexto em que os desastres naturais se tornam mais frequentes e intensos, a proteção da residência por meio de um seguro residencial não é apenas uma medida prudente, mas essencial. A personalização da apólice, levando em conta as características específicas da região, é fundamental. Nesse sentido, a orientação dos corretores de seguros, especialistas em oferecer coberturas adequadas, torna-se crucial. O aumento da conscientização sobre os benefícios do seguro residencial, aliado ao apoio especializado dos corretores, tem o potencial de transformar essa forma de proteção em um objeto de desejo para os brasileiros, assegurando a preservação dos seus sonhos frente aos riscos associados a se ter um imóvel, às adversidades climáticas e às conveniências das assistências.

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