Número de beneficiários dos planos de saúde é o maior em quase cinco anos

Dados são do Boletim Covid-19 divulgado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS)

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) divulgou dados sobre a utilização dos planos de saúde durante a pandemia através de nova edição do Boletim Covid-19. O relatório aponta que manteve-se a expectativa de aumento no número de beneficiários. Em abril, por exemplo, foi registrado o maior patamar em quase cinco anos com 48,1 milhões de usuários de planos médico-hospitalares. Os dados ainda indicam que o índice de sinistralidade do primeiro trimestre deste ano permaneceu inferior ao observado no mesmo período de 2019, antes da crise sanitária. A agência reguladora não indica, até o momento, tendência de alteração neste movimento para o segundo trimestre.

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Outro item destacado pela ANS foi que a taxa de ocupação de leitos recuou ao mesmo patamar registrado antes da pandemia, principalmente porque caiu o número de internados em leitos dedicados ao atendimento da Covid-19. Por outro lado, a procura por exames e terapias eletivas apresentou queda em relação a abril de 2019. Esses indicadores sugerem que não há impacto significativo da pandemia nos custos totais do setor e na utilização assistencial no primeiro trimestre, quando comparados em níveis pré-pandêmicos.

Número de beneficiários

O número preliminar de beneficiários registrou 48.103.656 usuários em abril, um aumento de 0,26% em relação ao mês de março. É o maior número registrado desde julho de 2016. Antes disso, quando verificada a evolução mensal, só foi superado em junho daquele ano, quando o setor atingiu 48.263.518 beneficiários nessa segmentação.

Em um ano – de abril de 2020 a abril de 2021 -, o crescimento foi observado em todas as modalidades de contratação do plano, com destaque para os planos coletivos empresariais, com variação positiva de 3,15% no mês. Ao considerar o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação manteve-se positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação.

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Informações assistenciais

A taxa mensal geral de ocupação de leitos – que engloba leitos comuns e UTI – apresentou queda de quatro pontos percentuais em relação a março, com 72% em abril. Essa redução deu-se principalmente pela queda na taxa de ocupação de leitos para atendimento à Covid-19 em comparação ao mês anterior. Em abril, a taxa de ocupação de leitos para Covid-19 passou de 79% para 72% e a taxa de leitos para outros procedimentos manteve-se em 73%.

A quantidade de consultas em pronto-socorro que não geraram internações sofreu queda significativa em relação ao mês anterior e continua abaixo do observado antes do início da pandemia. A procura por exames e terapias eletivas (Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico – SADT) registrou queda na comparação com abril de 2019.

Exames relacionados à Covid-19

A ANS divulgou ainda dados de realização de exames relacionados ao coronavírus até o mês de fevereiro. A fonte para esses dados segue o Padrão TISS (Troca de Informação de Saúde Suplementar). Naquele mês foram contabilizados 276.725 exames RT-PCR e 56.260 testes do tipo sorológico. A agência ressalta que os números ainda sofrerão alterações à medida que as cobranças forem encaminhadas pelos prestadores de serviço às operadoras e, posteriormente, para a ANS.

O maior número de exames para Covid-19 foi registrado em dezembro de 2020. Foram 788.078 testes do tipo RT-PCR e 181.692 sorológicos.

Informações econômico-financeiras

Houve leve queda nas despesas assistenciais, segundo a ANS. O índice de sinistralidade voltou aos patamares de dezembro de 2020, em 80%. Ainda assim, os números do primeiro trimestre permanecem abaixo dos registrados no período em que não havia pandemia de coronavírus.

Os percentuais de inadimplência, tanto para planos individuais ou familiares, quanto para coletivos, continuam próximos dos níveis históricos para o mês de abril. 6% no geral – queda de 1 ponto percentual em relação a março.

Demandas dos consumidores

Em abril, foram registradas 13.094 reclamações pelos canais de atendimento da ANS, redução de 14,1% em comparação com o mês anterior. Em relação às reclamações específicas sobre Covid-19, foram registradas 1.324 queixas em abril, ante 1.525 reclamações relativas ao tema em março. Queda de 13,2%.

40% das reclamações relacionadas ao coronavírus em abril dizem respeito a dificuldades relativas à realização de exames e tratamento. 46% dos consumidores fizeram solicitações relacionadas a outras assistências afetadas pela pandemia. 14% das sinalizações são sobre temas não assistenciais (contratos e regulamentos, por exemplo).

Para a análise dos indicadores assistenciais a ANS considerou informações coletadas junto a uma amostra de 50 operadoras que possuem rede própria hospitalar. Para os índices econômico-financeiros, foram analisados dados de 97 operadoras para o estudo de fluxo de caixa e de 96 operadoras para análise de inadimplência.

Adicionalmente, na construção do boletim, foram utilizados dados do Documento de Informações Periódicas (DIOPS), do Sistema de Informações de Fiscalização (SIF), do Sistema de Informação de Beneficiários (SIB), do Padrão para Troca de Informação de Saúde Suplementar (TISS) e do ANS TabNet.

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