O avanço gradual do microsseguro na América Latina

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Coberturas amparam quase 53 milhões de pessoas e dependem de marco mais favorável para ampliar taxa de cobertura

Ainda que não tenha alcançado o estado de arte em termos de número de segurados, de coberturas adequadas e de celeridade na liquidação, o microsseguro avança na América Latina e ampara atualmente 52,1 milhões de pessoas na região. Estas são algumas das conclusões extraídas da 13ª Conferência Internacional de Microsseguros, realizada em Lima, no Peru, na semana passada, sob auspícios da Asociación Peruana de Empresas de Seguros (Apeseg) e da Fundação Munique Re.“A América Latina e Caribe têm aferido um crescimento substancial dos microsseguros. Entretanto, eventos recentes, como inundações no Peru ou terremotos e furações nestas regiões, demonstram que as proteções para pessoas de baixa renda ainda não são suficientes”, reconheceu Dirk Reinhard, vice-presidente de Fundación Munich Re, para quem o avanço do microsseguro dependerá de maior apoio governamental e de marcos regulatórios que facilitem a compra de coberturas e acelerem o pagamento de indenizações por meio remotos.

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Segundo ele, os governos de toda a região reconhecem o papel importante do microsseguro, o que pode ajudar pessoas a custear perdas tanto de riscos catastróficos quanto cotidianos. Presidente da Apeseg e da 13ª Conferência Internacional de Microsseguros, Eduardo Morón Pastor destacou a importância de melhorias no marco regulatório do microsseguro e de estudos sobre necessidades mais adequadas dos consumidores como fatores para gerar aumento da demanda potencial dos produtos.

De qualquer forma, os prêmios de microsseguros entre 2013 e 2016 registraram incremento de 1.799% na região, com destaque para o Brasil, Nicarágua e Peru. No México, a arrecadação teve evolução média anual de 36% entre 2007 y 2017. Curiosamente, as comissões de corretagem tiveram redução, de 20% para 12%, ao passo que a sinistralidade média permanece relativamente baixa, na faixa de 46%. Há expansão em coberturas para atividades agrícolas, além de relativa expansão das apólices de Vida.

Os recentes desastres naturais ocorridos na região, porém, criam o desafio de tornar o seguro mais efetivo, a partir do desenvolvimento de estratégias para mitigar riscos, a fim de que os mais pobres se tornem mais resistentes e menos vulneráveis aos infortúnios. “Nosso objetivo deve ser o de ajudar pessoas a desenvolver sua capacidade de reação e reconstrução, barrando a volta da espiral da pobreza”, afirmou Katharine Pulvermacher, diretora executiva de Microinsurance Network, a plataforma que reúne diversas instituições interessadas na promoção dos seguros inclusivos em direção às populações mais pobres do mundo.

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