“O Brasil está doente”, afirma Ana Amélia Lemos
Senadora conversou com Jota Carvalho
A senadora Ana Amélia Lemos (PP) participou no ano passado da cerimônia que reconheceu Laureano Fortuna, CEO do Grupo Solaris, como cidadão da cidade de Antônio Prado, na Serra Gaúcha. Na oportunidade, a parlamentar conversou de forma exclusiva com Jota Carvalho, diretor-geral do Grupo JRS Comunicação. Carvalho comanda, ao lado de Júlia Senna e William Anthony, o programa Seguros Sem Mistério na TV, exibido semanalmente para os assinantes da operadora NET no Rio Grande do Sul.
“A sociedade brasileira e gaúcha está embrutecida. Você não sabe mais dizer bom dia e boa tarde. No trânsito se mata muito, por não respeitar as pessoas e querer chegar primeiro. Você esbarra em alguém, fura uma fila ou ocupa um espaço destinado para pessoas deficientes. Isso é uma doença. Estamos perdendo a civilidade e as regras da boa convivência social. Nas escolas, um aluno agride um professor, profissional que aos poucos abandona a profissão. (…) A sociedade de fato está doente”, contou Ana Amélia, quando questionada sobre a situação de nosso País. “Hoje a vida não vale nada no Brasil. Mata-se por um par de tênis de marca. Estamos excessivamente preocupados com o consumismo. Rebenta-se uma empresa como a Petrobras por quê? Para roubar e saquear uma empresa. Deixe um tênis em frente de sua casa para ver. Isso está na sociedade”, completou.
A senadora acredita que não devemos mais apelar para a fiscalização ou a aplicação de multas e sim para o cumprimento efetivo das leis. “Fico muito preocupada como cidadã. (…) Se você sair pelas ruas de qualquer país como a Alemanha, por exemplo, não verá ninguém colocando um papel no chão. Por que não podemos ser assim?”, questiona.
“As redes sociais são um grande veículo. Fui inclusive convidada por uma rede social para palestrar para mais de 1000 pessoas em Bento Gonçalves [Rio Grande do Sul]. Claro que a internet serve para coisas maravilhosas, mas também serve para o crime e por isso, os pais precisam estar atentos. A rede social serve na verdade para você levar a informação, separar o joio do trigo. Fortalecer as instituições democráticas, dar forças para o juiz Sérgio Moro, Polícia Federal, Procuradoria Regional da República e fazer uma limpeza e uma depuração dos fatos em nosso país”. Ana Amélia imaginava que após o impeachment de Fernando Collor o Brasil seria outro. “Mas não, tivemos o Mensalão e destruíram a Petrobras, maior empresa e orgulho brasileiro. Nós precisamos agora recuperar o tempo perdido e o que aconteceu com essa inversão de valores que nós estamos vendo no nosso Brasil e essa roubalheira do setor público. Aí não há dinheiro que chegue mesmo. Gastam demais e gastam mal. Não faltam recursos, falta é gestão de qualidade para fazer”, disse.
No encontro, o mercado segurador aproveitou e pediu apoio de Ana Amélia para barrar um Projeto de Lei que permite a criação de fundos de mutualismo em associações de caminhoneiros, o que caracteriza o chamado ‘seguro pirata’. “O Rio Grande e o Brasil são maiores do que esta crise, mas para superarmos temos que trabalhar bastante para que isso aconteça com brevidade”, finalizou.
*Republicação de conteúdo da Revista JRS do mês de novembro de 2015.
