O próximo nível de e-commerce na América Latina
Chubb analisa mercado
Apesar da recessão econômica, o comércio eletrônico na América Latina se encontra em plena fase de crescimento. Já são vários anos que as vendas online nos países da região crescem de forma considerável. Um maior número de internautas, cada vez mais comprando online, e uma maior bancarização são apenas alguns dos fatores que têm contribuído.
A América Latina é uma das regiões com mais rápido crescimento em e-commerce, depois da Ásia-Pacífico. A Business Intelligence espera que, entre 2014 e 2019, as vendas online cresçam a uma taxa anual composta de 17%. Apenas as vendas do varejo online devem alcançar US$ 85 bilhões no final do período previsto.
Gabriel Lázaro, Vice-presidente de Digital da Chubb para a América Latina, comenta que este crescimento responde a alguns fatores comuns que possuem os principais países da região como Brasil, Chile, Argentina e Colômbia, relacionados ao maior acesso às tecnologias e à bancarização.
“Temos que começar a pensar não apenas no ‘Mobile only’, mas também no ‘Mobile first’. De acordo com informações disponibilizadas pela eMarketer, os smartphones já contam com mais de 206 milhões de usuários, tornando-se a plataforma dominante na América Latina, sendo em muitos casos o primeiro e único ponto de acesso à internet e, sem dúvida, isto tem favorecido o acesso a mais produtos disponíveis em diferentes locais do planeta. O Facebook reportou que para alguns segmentos no Brasil a conexão à sua plataforma apenas através do celular é de 68%”, comentou o executivo.
Além disso, Gabriel Lázaro assegura que ferramentas como Facebook, Youtube e Google têm aumentado sua presença e domínio na região, tornando-se excelentes plataformas para que as marcas mostrem seus produtos, pois chegam de forma direta aos consumidores.
“Devido à proximidade das grandes companhias de varejo americanas, a vinda de empresas de e-commerce para a região (como Amazon, Walmart e Uber, para mencionar algumas), a consolidação das marcas locais (Mercado Livre, B2W) e a chegada de algumas empresas europeias ou chinesas (Rocket Internet e Alibaba), criou-se um ambiente muito rico e diverso que possui uma carteira muito importante de oportunidades online”, aponta Lázaro.
O executivo da Chubb assegura que para 2018 as projeções apontam que os países que mais gastarão online serão Brasil, México e Chile, considerando que o consumo médio foi de US$ 413, contra os US$ 1.500 dos consumidores com maior poder aquisitivo. Deste último grupo espera-se que suas compras superem os US$ 2.300, o que superaria o gasto médio dos americanos em 2014 (US$ 1.980).
Para que o comércio eletrônico na região continue crescendo, o Vice-presidente de Digital para a Chubb América Latina assegura que deve aumentar a bancarização, principalmente a penetração de cartões de crédito será essencial. “O acesso à cartões bancários ou cartões virtuais ainda é muito baixo, por volta de 40% em países como México, em comparação com outros países”, afirma. Esclarece ainda que se ocorrer um crescimento nesta área um fluxo natural será gerado para o negócio e, enquanto isso estiver ocorrendo, é importante que as marcas ofereçam alternativas de pagamento como depósito ou transferências bancárias.
Outro fator importante é o maior acesso, a melhor banda larga e pontos de redes móveis em toda a América Latina. De acordo com estatísticas da ComScore para 2020 espera-se que a região tenha mais de 385 milhões de smartphones, em relação aos 323 milhões que são esperados para os Estados Unidos.
“Se é projetado um melhor acesso às tecnologias, os usuários exigirão mais e melhores plataformas pelas quais poderão ver e comprar produtos, com uma atenção especial para a experiência do usuário”, assegura Gabriel Lázaro.
Sobre a capacidade das novas plataformas, o executivo destaca o domínio das mídias sociais, especialmente do WhatsApp. De acordo com Lázaro, esta plataforma “dominou o mercado da América Latina, sendo o sistema de mensagens mais popular entre todos os mercados”.
O especialista espera que o aplicativo consiga adaptar funcionalidades similares às do WeChat da China, que se tornou naturalmente uma plataforma que integra diferentes aplicações e com um aumento de Chatbots. “Vejo a América Latina decolar tão logo esta segunda dimensão esteja ativa na região”, conclui.