Onde há fome não há paz: a importância do agronegócio para o desenvolvimento humano
Tokio Marine Seguradora promoveu evento sobre um dos setores mais importantes da economia brasileira
Com estimativas do Ministério da Agricultura de que as safras brasileiras de grãos cresçam 30% na próxima década o mercado de seguros volta os olhos para este tipo de proteção. O Seguro Rural trata-se de um aliado fundamental não apenas ao agricultor, como também ao consumidor em geral, uma vez que o impacto de prejuízos e perdas no campo diante dos preços é absorvido pelas indenizações.
Os desafios do agronegócio foram tema do evento Expertise Seguro Agro, promovido pela Tokio Marine Seguradora, na capital paulista. O momento contou com apresentações dos diretores da companhia e palestras da meteorologista Desirée Brandt, da Somar Meteorologia, e do agrônomo Roberto Rodrigues, ex-ministro da Agricultura, entre 2003 e 2006. “A Tokio Marine trata-se de um dos 10 maiores conglomerados de seguros do mundo, sendo a 5ª maior companhia mundial com um lucro líquido que chega ser maior até que o próprio valor do mercado segurador brasileiro como um todo”, citou José Adalberto Ferrara, presidente da Tokio Marine Seguradora, ao comemorar os 60 anos completados pela companhia no último mês. “Contamos com 2 mil colaboradores, distribuídos em 74 unidades de negócios pelo Brasil, além de 30 mil corretores de seguros e assessorias que distribuem os mais de 60 produtos disponíveis em nosso portfólio. Temos crescido acima da média de mercado, com a emissão de prêmios registrando crescimento de 200% nos últimos 7 anos”, registrou diante dos R$ 5,739 bi em prêmios emitidos nos últimos 12 meses pela empresa, um crescimento de 11,5%.
Ferrara e os diretores da Tokio Marine destacaram a manutenção do subsídio agrícola e ambos foram enfáticos ao demonstrar o desejo em expandir a participação do segmento nos resultados da seguradora. “Nosso objetivo é apresentar nossas soluções aos nossos principais parceiros de negócios. O produto agro conta com muitos diferenciais, pois queremos atender as expectativas de um segmento muito significativo para a economia brasileira”, abordou o Diretor Executivo Comercial, Valmir Rodrigues.
Já o Diretor Executivo da companhia, Felipe Smith, disse que a “Tokio Marine seja protagonista neste segmento”. Smith ainda enumerou a relevância do agronegócio para o Produto Interno Bruto (PIB), corresponde a 21% do total. “Atualmente são 12 milhões de hectares assegurados, distribuídos em 70 culturas. Na virada de 2019 para 2020 são esperados R$ 1 bilhão em subvenção ao Seguro Rural. A área segurada cresceu 700% desde 2006, quando o programa foi implementado”, revelou ao enfatizar o crescimento de 520% do produto em 10 anos, com R$ 2 bilhões em prêmios emitidos. Para se ter uma ideia, neste nicho de seguro, foram R$ 8 milhões em prêmios emitidos pela Tokio Marine em 2018, em 2019 o valor já ultrapassou R$ 27 milhões.
O Gerente de Produtos Agro da Tokio Marine, Joaquim Neto, ressaltou as características da proteção ofertada pela seguradora. “São coberturas adaptadas às necessidades dos clientes, incluindo coberturas de intercorrências climáticas. Uma safra ruim pode inviabilizar um produtor por até 3 anos, com o seguro ele retoma a produção em 30 dias”, afirmou ao enaltecer a pulverização das áreas cobertas, para mais de 472 municípios.
Desirée Brandt demonstrou a importância das previsões meteorológicas não apenas para o dimensionamento do seguro, como também para o próprio planejamento das safras. “Entre 2015 e 2016, por exemplo, tivemos o El Niño mais intenso da história. Este ano o El Niño deve deixar de acontecer no final da primavera, o que resultará em um verão neutro. A classificação disso acontece de acordo com a análise das águas superficiais e subsuperficiais do pacífico”, explicou. “No Sul as chuvas devem ficar acima da média até o começo da primavera. Se a chuva fica presa no Sul teremos seca e impactos na safra verão do Sudeste, por isso, a relevância em saber o período de chuvas para iniciar o plantio”, observou ao registrar evidências de proximidade do fenômeno La Ninã, que pode ocasionar em mais chuvas na região Nordeste e o Sul com precipitações mais irregulares nos primeiros meses de 2020.
“Onde houver fome não haverá paz, é o que defende a ONU”. Assim começou a fala do ex-ministro Roberto Rodrigues durante seu painel. “Não existem líderes no mundo contemporâneo, onde não há líderes não existem projetos”, comentou o especialista ao contextualizar o cenário global de expectativa de vida, mudanças climáticas e nos hábitos de consumo, além da digitalização, concentração de renda e choque das democracias. O especialista classificou a segurança alimentar como algo fundamental para o desenvolvimento sociedade. “Em 2020, um agricultor alimentará cerca de 200 pessoas. O agronegócio representa 42% das exportações brasileiras, temos uma juventude extraordinária, algo inexistente em outras partes do mundo. As mulheres, por exemplo, estão assumindo papéis muito importantes e relevantes para a sociedade”,analisou.
Rodrigues, autor do livro “Agro é Paz”, projetou o crescimento exponencial do agronegócio no Brasil. “Temos energia tropical sustentável, terra disponível e recursos humanos qualificados. Para se ter uma ideia, nosso País possui 43.5% da energia renovável, algo muito acima da média internacional. A regulação de terras por aqui, no entanto, é inibidora da abertura de florestas, estamos vendo muito mais carne e leite e muito menos pasto”, enfatizou. “Não podemos tolerar desmatamento ilegal, assim como os agricultores não toleram”, ponderou ao citar a Lei Florestal, que prevê como o desmatamento legal pode acontecer.